segunda-feira, 13 de outubro de 2014
Astrônomo brasileiro trabalha para comprovar Época da Reionização
(ON/Inovação Tecnológica) A revista Science publicou nesta sexta-feira o artigo "Uma pista local para a reionização do universo" que trata da observação do vazamento de fótons ultravioleta de alta energia de uma galáxia próxima à Via Láctea.
O pesquisador Roderik Overzier, do Observatório Nacional (ON/MCTI), é um dos quatro autores do artigo.
Trata-se de um fenômeno previsto, até então, apenas em modelos teóricos, que teria acontecido na "Época da Reionização", quando as primeiras galáxias foram formadas, entre 400 milhões e 950 milhões de anos após o Big Bang.
"Nossas observações com o Telescópio Espacial Hubble mostram que, nessa galáxia [J0921+4509], novas estrelas estão sendo formadas em taxa tão intensa que o material que normalmente bloqueia os fótons de alta energia é removido por ventos e explosões fortes," conta Overzier.
"Assim, a radiação ultravioleta escapa da galáxia. Isso nunca foi observado antes," completa ele.
Época da Reionização
A Época da Reionização começou após o que se conhece por "Era das Trevas", que durou de 380 mil anos até 400 milhões de anos após o Big Bang.
Depois da luz inicial, uma névoa de gás hidrogênio neutro preencheu o universo. Produzidos por estrelas jovens e massivas, os fótons ultravioleta de alta energia foram responsáveis por ionizar todo o gás hidrogênio que ocupa o espaço entre as galáxias.
Mas até agora não se compreendia como isso poderia ter acontecido se, em condições normais, esses fótons não escapam das galáxias.
"A galáxia deste estudo é muito semelhante às galáxias da fase inicial do universo. Então, essa descoberta demonstra pela primeira vez como o processo de reionização do universo pode ter acontecido", explica o pesquisador.
"Nossa teoria é que as primeiras gerações de galáxias no universo também produziram ventos fortes e explosões que levaram à fuga dos fótons necessários para a reionização. Isso, porém, ainda precisa ser comprovado, observando diretamente galáxias no início do universo. Vai ser muito difícil, mas nosso estudo tem dado pistas muito importantes sobre como fazê-lo," concluiu o pesquisador.
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