segunda-feira, 4 de junho de 2012

Ciência, cinema e as muitas dimensões do Universo



(Cesar Baima - O Globo) A Marvel anunciou esta semana que fechou acordo com a Nasa para transmitir para a Estação Espacial Internacional o filme “Os vingadores”, seu último sucesso no cinema. A informação me lembrou das várias vezes que vi a discussão sobre o muitas vezes mau uso da ciência pela indústria cinematográfica, o que por vezes dá vazão e divulgação a ideias completamente estapafúrdias sobre o Universo.

Sem querer entrar na seara dos colegas do bonequinho nem dos quadrinhos, para começar posso falar que achei “Os vingadores” muito bom, tanto da minha parte cinéfila quanto da minha vertente fã de quadrinhos. Quanto à ciência do filme em si, poderia falar aqui sobre a questão dos portais dimensionais, buracos de minhoca, super-humanos e até da constante retratação de ETs como tipos humanoides, mas prefiro me concentrar em um detalhe: o mote de todo o conflito, o batismo do cubo de energia no centro das atenções da SHIELD e de Loki como "tesseract".

O nome vem de uma ideia do matemático e escritor de ficção científica britânico Charles Howard Hinton, que em 1888 imaginou como seria um cubo em um Universo com quatro dimensões de espaço (na ilustração acima). Hoje, uma das principais teorias que pretendem finalmente unir as quatro forças fundamentais do Universo – nuclear forte e fraca, eletromagnetismo e gravidade – é baseada na teoria das cordas, e por vezes chamada de Teoria M. Por ela, o Universo teria 10, 11 ou até 12 dimensões de espaço, com as dimensões extras “apertadas” abaixo da distância de Planck, escala em que o espaçotempo passa a ser dominado pelos efeitos quânticos e menor distância possível no Universo (no fim do post, uma imagem que está como pano de fundo do meu desktop há tempos e ilustra como seria uma representação topológica de um Universo de 11 dimensões).

Não é a primeira vez que vejo em um filme ou livro a palavra “tesseract” designar uma coisa completamente diferente do objeto teórico original e nem acho que será a última, mas seria legal um dia ver ela sendo usada na sua concepção básica...


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