terça-feira, 6 de dezembro de 2011
Astrônomos investigam a “Idade das Trevas” do universo
(Live Science / Hypescience) O universo, segundo a teoria do Big Bang, nasceu há cerca de 13,7 bilhões de anos. Cerca de 400 mil anos depois da explosão, as condições do cosmo permitiram que houvesse luz no espaço pela primeira vez. Logo após esse ponto, no entanto, os astrônomos não têm evidências do que aconteceu até o momento em que as galáxias realmente começaram a se formar. É a chamada “Idade das Trevas” do universo.
Em busca de respostas mais claras sobre esse período obscuro, cientistas da Universidade Harvard (Cambridge, Massachussets, EUA) dedicaram um estudo sobre o tema. O que mais causa dúvidas nos cientistas está relacionado ao tempo de cada processo universal, e quais os mecanismos físicos envolvidos.
Estimativas consolidadas até hoje afirmam que a luz demorou muito tempo para poder brilhar no espaço. Logo após o Big Bang, a temperatura dos compostos era alta a ponto de formar íons de carga negativa, que bloqueavam a passagem da luz. Apenas quando o universo esfriou o suficiente para que os íons livres se combinassem em átomos houve luz.
Mas a existência de raios luminosos não formava um universo complexo como o atual, com incontáveis galáxias. Se o Big Bang aconteceu há 13,7 bilhões de anos, e a luz demorou apenas 400 mil para surgir, porque as primeiras galáxias (conforme estimativas) só se formariam 100 milhões de anos depois? O que aconteceu nesse período que foi batizado de “Idade das Trevas”?
O segredo para descobrir mais, segundo os astrônomos de Harvard, é inverter o “caminho” das descobertas. A Idade das Trevas está entre a fase “iluminada” após o Big Bang e o surgimento das primeiras galáxias, e a maioria dos estudos concentra os esforços em saber o que aconteceu logo após o “antes” da Idade das Trevas. Os pesquisadores americanos preferiram investigar as origens do “depois”, ou seja, a gênese das primeiras galáxias.
Haverá, até 2020, um aparelho exclusivamente dedicado a essa tarefa. É o telescópio espacial James Webb, que vem sendo planejado desde 1996. A função desse telescópio será rastrear luz (ou os rastros da ausência dela) das estrelas mais antigas do universo, que foram extintas na primeira fase pós Idade das Trevas.
Segundo os cientistas, esse rastreamento de luz é a chave para entender a pré-história de nossas galáxias. Os buracos negros mais antigos, além da presença da misteriosa matéria escura (composta de partículas sem carga que não interagem com a luz, mas atuam de maneira gravitacional), que compõe 85% da massa do universo, podem dar pistas indiretas sobre a formação das primeiras galáxias.
O mapeamento desses primórdios de luz servirá para combinar os conhecimentos já existentes sobre buraco negro e matéria escura. Com essa medida, os astrônomos pretendem traçar uma linha cronológica da Idade das Trevas, construída no caminho inverso: dos tempos mais recentes para os mais antigos
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