Neutrinos cósmicos podem gerar insights importantes, mas precisam de dispositivos do tamanho de uma estrela ou uma galáxia
(Scientific American Brasil) Entrevista com Lawrence Krauss, diretor do Projeto Origens e codiretor da Cosmology Initiative da Arizona State University.
A idéia: As relíquias mais famosas que sobraram logo após o Big Bang são as microondas que permeiam em todo o cosmos. No entanto, essa radiação cósmica apareceu quase 400.000 anos após o nascimento do universo, e muito do que aconteceu antes ainda permanece misterioso. Por outro lado, os neutrinos foram criados apenas um segundo ou mais após o Big Bang, e uma média de mais de 150 ainda devem preencher cada centímetro cúbico do universo. "O fundo cósmico de neutrinos tem sinais diretos do como o universo era em seus primeiros momentos”, explica Krauss. Esses neutrinos podem nos dizer muito sobre o que aconteceu naquela época, se conseguíssemos detectá-los diretamente.
O problema: Neutrinos são extraordinariamente difíceis de detectar, pois raramente colidem com átomos. Esses antigos neutrinos são ainda mais difíceis de detectar, e tais partículas de baixa energia interagem menos com qualquer matéria. "Um desses neutrinos pode viajar provavelmente, algo como um milhão ou 1 bilhão de anos-luz antes de interagir com alguma matéria", explica Krauss. “Para detectá-los precisamos de um detector do tamanho de uma estrela ou até mesmo do tamanho da nossa galáxia."
A solução: Embora essas relíquias do Big Bang possam ser muito difíceis de detectar diretamente, o cosmólogo Roberto Trotta e seus colegas descobriram que, coletivamente, a atração gravitacional desses neutrinos influencia o desenvolvimento do universo, com efeitos de ondas neste mar primordial dos neutrinos visíveis na radiação cósmica.
Os cientistas também estão sonhando com outras maneiras de detectar essas partículas antigas. O físico teórico Andreas Ringwald da DESY, sugere experimentos envolvendo elementos radioativos como o trítio. "Uma idéia maluca como essa precisa de soluções igualmente radicais", conclui Krauss.
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sexta-feira, 17 de junho de 2011
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