terça-feira, 21 de junho de 2011

Equipa do IST sugere nova forma de matéria escura

Teoria da gravitação reproduz todas as previsões da formulada por Einstein



(Ciência Hoje - Portugal) O aparecimento de singularidades espaço-temporais, onde as leis da física clássica falham, na teoria de Einstein, é algo que preocupa os cientistas desde há muito tempo. Agora, uma nova teoria da gravitação conseguiu reproduzir as previsões de Einstein, evitando ao mesmo tempo singularidades como o Big Bang ou como as no interior de buracos negros.

Num artigo a ser publicado na prestigiada «Physical Review Letters», Paolo Pani, Vitor Cardoso e Térence Delsate, investigadores do Instituto Superior Técnico (IST), “pegaram numa nova teoria da gravitação e mostraram que ela está livre destes perigos”, refere a instituição em comunicado.

Segundo a equipa, o colapso de uma estrela não resulta necessariamente numa singularidade, já que face a um aumento súbito da densidade da matéria uma nova força gravitacional repulsiva aparece. Uma vantagem adicional é prever a existência de "estrelas de matéria escura", isto é, estrelas compactas que são invisíveis para os telescópios, mas que contribuem para a composição da matéria escura da nossa galáxia.

Subramanyan Chandrasekhar era um jovem investigador quando, com 19 anos, sugeriu o seguinte cenário: ao esgotarem o seu combustível, as estrelas muito massivas deixariam de conseguir suportar o seu próprio peso, acabando por colapsar. Este colapso daria origem a um buraco negro albergando no seu interior uma singularidade. O famoso astrónomo Sir Arthur Eddington foi um feroz opositor destas ideias, chegando a declarar que "deve haver uma lei da Natureza que proíba uma estrela de se comportar desta forma absurda".

Nas muitas décadas decorridas desde a disputa com Eddington, a proposta de Chandrasekhar vingou e gerou uma teoria muito elegante de estrelas compactas e buracos negros. Não obstante, as objecções de Eddington ainda ecoam pelos corredores do espaço-tempo, principalmente devido à existência de singularidades, onde as leis que conhecemos deixam de ser válidas.

Já em 1969 o físico-matemático Sir Roger Penrose propôs a Conjectura do Censor Cósmico, advogando a existência de um mecanismo desconhecido que previne que singularidades no espaço-tempo afectem observadores.

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