quarta-feira, 25 de maio de 2011

O telescópio Hubble observou a estrela que mudou o Universo


O Telescópio espacial Hubble fotografou uma simples estrela variável que, em 1923, alterou o curso da astronomia moderna. V1 é uma cefeida, uma estrela que pulsa e pode ser usada para medir grandes distâncias cósmicas - Crédito: ESA, NASA, e do Hubble Heritage Team (STScI / AURA)



(Recursos Educativos) Entre os biliões e biliões de estrelas que formam o Universo, a descoberta de uma simples estrela variável, em 1923, alterou o curso da astronomia moderna.

É a estrela com o nome de "variável Hubble número um", ou V1, e está localizada na região exterior da vizinha galáxia de Andrómeda, também conhecida por M31. No início de 1900, para a maioria dos astrónomos, o universo era a Via Láctea, sem nada para além dos seus limites observáveis. Andrómeda era uma das muitas "manchas de luz", a que chamavam "nebulosas espirais" e que faziam parte da nossa galáxia Via Láctea.
Em 1923, o cientista Edwin Hubble descobriu uma estrela, em Andrómeda, que ele identificou como V1, uma estrela variável cefeida, pois ela apresentou um brilho variável, brilhando e apagando segundo um determinado padrão. Nessa altura já se usava este tipo de estrelas para calcular distâncias dentro da nossa galáxia. Hubble calculou a sua distância e o resultdo revelou um milhão de anos-luz da Terra, mais de três vezes o diâmetro já calculado para a Via Láctea.

A estrela de Hubble ajudou a mostrar que Andrómeda estava para além da nossa galáxia e que havia mais galáxias no universo que, afinal, era maior do que se pensava.
Até ao final de 1924, Hubble encontrou mais 12 variáveis cefeidas em Andrómeda e com as quais obteve uma distância de 900.000 anos-luz. Medições actuais mais rigorosas indicam uma distância de 2 milhões de anos-luz.

Quase 90 anos depois, os astrónomos prestaram uma simbólica homenagem a Edwin Hubble e à sua descoberta, e voltaram a observar a estrela V1 utilizando o Telescópio Espacial Hubble, em parceria com a Associação Americana de Observadores de Estrelas Variáveis ​​(AAVSO), que observaram a estrela durante seis meses. Os resultados obtidos permitiram programar a captura de imagens pelo Hubble.

Para o astrónomo Dave Soderblom, do Space Telescope Science Institute (STScI), em Baltimore, que propôs a observação de V1, esta é a estrela mais importante na história da cosmologia. Mais do que um tributo ao grande astrónomo Hubble, a sua observação mostrou que as cefeidas ainda são importantes actualmente. Os astrónomos usam-nas para medir as distâncias de galáxias mais distantes que Andrómeda, elas são "o primeiro degrau da escada da distância cósmica".
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Matéria similar com Cássio Leandro Dal Ri Barbosa - G1

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