Confirmação de previsão teórica ajuda a ampliar o modelo padrão da física de partículas
(Reuters / Estadão) Pesquisadores anunciaram nesta segunda-feira, 31, ter identificado uma peça do quebra-cabeças da composição do Universo, ao observar a metamorfose de um neutrino.
O Centro Europeu de Pesquisas Nucleares (Cern), que abriga o Grande Colisor de Hádrons (LHC) informou que cientistas do laboratório italiano de Gran Sasso conseguiram detectar um tau neutrino no feixe de múon neutrinos transmitido através da crsota terrestre a partir do Cern, a 730 km de distância. A detecção significa que um dos neutrinos de transformou de um tipo para o outro, confirmando uma previsão teórica.
Com isso, os pesquisadores creem ter obtido a prova de que as três variedades de neutrino podem mudar de "sabor", como um camaleão troca de cor.
A descoberta é importante, dizem os cientistas, porque ajuda explicar por que os neutrinos emitidos pelo Sol parecem chegar à Terra em quantidades muito menores que as previstas pelo Modelo Padrão da Física de Partículas.
O fato de que os neutrinos mudam de tipo em trânsito sugere uma explicação para a falha dos cientistas em detectá-los. A mudança de sabor dos neutrinos sugere ainda que eles têm massa, o que pode ajudar a entender o que é a matéria escura que compõe 25% do Universo.
"Isto é realmente emocionante, porque mostra que há coisas além do Modelo Padrão", disse o porta-voz do Cern, James Gilles.
A busca por evidência concreta da matéria escura e do que a compõe é parte da missão do LHC, a maior ferramenta científica do mundo, que começou a operar a pleno vapor em março.
Mas a transmissão de neutrinos para a Itália não é função do LHC. O feixe é gerado por outro acelerador do Cern.
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