(Apolo11) Quase todos já ouviram falar no termo zero absoluto, um temperatura tão fria em que o movimento das moléculas cessa e toda a energia de um corpo desaparece. Essa temperatura é apenas hipotética e em todo o Universo não existe nenhum corpo que apresente essa característica, mas alguns objetos chegam muito próximo dela. É o caso do observatório espacial Planck.
Mapa construído pela sonda Wilkinson Microwave Anisotropy Probe, da Nasa, mostra a flutuação da Radiação Cósmica de Fundo.
A temperatura recorde foi alcançada com o emprego de um sistema passivo de resfriamento que dissipa o calor no espaço e mantém a temperatura abaixo de -230 graus. Além do sistema passivo o instrumento conta com três resfriadores ativos que baixam ainda mais a temperatura, aproximando ainda mais o valor do Zero Absoluto.
A temperatura extremamente baixa do detector é fundamental para o estudo da Radiação Cósmica de Fundo (RCF), um ruído localizado no espectro das microondas presente em todo o Universo, e que foi gerado nos primórdios de sua formação, 380 mil anos depois do Big Bang.
Concepção artística mostra a sonda européia Planck, que estudará a Radiação Cósmica de Fundo. Crédito: Esa/Nasa.
A RCF pode ser descrita como o espectro apresentado por um corpo negro resfriado a uma temperatura de -270 graus Celsius e que corresponde à atual temperatura do Universo. Assim, para que os instrumentos consigam detectar as variações nessa radiação, os sensores precisam ser resfriados abaixo desse valor, de modo que o ruído gerado pelo instrumento não mascare os sinais captados.
Resfriados próximos ao Zero Absoluto, os sensores do observatório serão capazes de detectar variações inferiores a um milionésimo de grau, o que é comparável a medir da Terra, o calor irradiado por um camundongo na superfície da Lua. Segundo Chris Watson, gerente de operações da missão Planck junto à ESA, as atividades começarão nas próximas semanas, assim que os instrumentos estiverem calibrados.
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