tag:blogger.com,1999:blog-15963827400774125192024-03-13T02:26:47.765-03:00Divisão de Estudos sobre UniverSoUnknownnoreply@blogger.comBlogger483125tag:blogger.com,1999:blog-1596382740077412519.post-48626707213436919422014-12-18T09:24:00.000-03:002014-12-18T09:24:00.060-03:00Será que o Big Bang criou dois universos?<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEicYdGQuYbd7ENv-6tNvBd2qcntkAGPukJTdUKqjG-l10j-SAaDwCGssZvmg6gq4UzDbThTk3OBzrP86tM921xnzN6G0CIDaQCHK-GepZjBr-zbyraZNy8pnz5QRbmZUHx_xNOwHacsNFM/s1600/tempo-big-bang-838x581.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEicYdGQuYbd7ENv-6tNvBd2qcntkAGPukJTdUKqjG-l10j-SAaDwCGssZvmg6gq4UzDbThTk3OBzrP86tM921xnzN6G0CIDaQCHK-GepZjBr-zbyraZNy8pnz5QRbmZUHx_xNOwHacsNFM/s1600/tempo-big-bang-838x581.jpg" height="221" width="320" /></a></div>
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(Iflscience/Hypescience) O tempo, como nós o entendemos, move-se do passado para o futuro de forma irreversível. Agora, um trio internacional de físicos teóricos está sugerindo que há mais do que um futuro. Dois universos paralelos foram produzidos pelo Big Bang: o nosso, que se move para frente no tempo, e outro, em que o tempo se move para trás.<br />
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Nos anos 1920, o astrônomo britânico Arthur Eddington cunhou o termo “flecha do tempo”, que descreve uma direção do tempo assimétrica e de sentido único. Muitos físicos hoje aceitam que o tempo se move na direção do aumento da entropia – ou desordem, acaso, e até mesmo caos – em um esforço para colocar um equilíbrio entre todas as coisas. De acordo com esta seta termodinâmica do tempo, as coisas vão gradativamente desmoronando. Se for esse o caso, então o nosso universo deve ter começado em um estado inicial de baixa entropia e altamente ordenado.<br />
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Mas por que houve esse raro momento de baixa entropia em nosso passado? Uma ideia centenária desenvolvida pelo físico austríaco Ludwig Boltzmann é que o nosso universo visível é uma flutuação estatística temporária, de baixa entropia, que afeta apenas uma pequena parte de um sistema de equilíbrio muito maior.<br />
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Julian Barbour, da Universidade de Oxford, Tim Koslowski, da Universidade de New Brunswick, e Flavio Mercati, do Instituto Perimeter de Física Teórica estão introduzindo uma nova flecha do tempo, baseada não na termodinâmica, mas na gravidade. “O tempo é um mistério. Basicamente, todas as leis conhecidas da física são exatamente iguais independentemente da direção que o tempo vá”, aponta Barbour.<br />
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Para chegar a essa “flecha gravitacional de tempo”, eles usaram uma simulação de computador de 1.000 partículas interagindo sob a influência da gravidade newtoniana. Eles descobriram que cada configuração de partículas evolui para um estado de baixa complexidade, como um enxame de abelhas caótico que se instala em uma estrutura mais ordenada análoga à flutuação de baixa entropia de Boltzmann. A partir daí, as partículas se expandem para fora em duas setas distintas, simétricas e opostas de tempo.<br />
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“Se você olhar para um modelo simples com um enxame de abelhas no meio [do Big Bang], mas indo nas duas direções, então você diria que há duas setas de tempo, apontando em direções opostas do enxame de abelhas”, explica Barbour.<br />
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“Esta situação de dois futuros exibiria um único passado caótico para os dois sentidos, o que significa que haveria essencialmente dois universos, um de cada lado deste estado central”, explica o cientista. “Ambos os lados poderiam sustentar observadores que perceberiam o tempo indo em direções opostas. Quaisquer seres inteligentes do outro lado definiriam suas flechas do tempo como se afastando desse estado central. Eles pensariam que agora nós vivemos em seu passado mais profundo”. Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1596382740077412519.post-22356964352152516922014-12-17T13:10:00.003-03:002014-12-17T13:10:18.779-03:00Uma breve história do universo<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjSLL9u2nUMVCPlfbqCUi07QAjl-ruXkrnihGf1UdHI1j09gqVBA6RaTtqkujw461kusEoej70eavB0Zh3RIRlbLsiOW0mOtbST0z4PUpo_RikPTD7hzygfsKyFvbYlduwjUnryYXb9m6I/s1600/7ec94103-d6b0-4412-bb92-e53764f0cfb6_cassio.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjSLL9u2nUMVCPlfbqCUi07QAjl-ruXkrnihGf1UdHI1j09gqVBA6RaTtqkujw461kusEoej70eavB0Zh3RIRlbLsiOW0mOtbST0z4PUpo_RikPTD7hzygfsKyFvbYlduwjUnryYXb9m6I/s1600/7ec94103-d6b0-4412-bb92-e53764f0cfb6_cassio.jpg" height="215" width="320" /></a></div>
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(Cássio Leandro Dal Ri Barbosa - G1) O universo começou parado. Assim, em sua teoria da relatividade geral, Albert Einstein introduziu nas equações uma constante, chamada de constante cosmológica, para que o universo permanecesse estático. Tudo baseado nas evidências observacionais da época, década de 1910, Einstein mesmo não se sentiu muito confortável com isso, pois as equações mostravam, naturalmente, um universo em expansão. Na década seguinte, começaram a aparecer as primeiras evidências observacionais de que o universo não seria estático. Observações de galáxias feitas por Edwin Hubble mostraram que todas elas estavam em movimento organizado, todas elas se afastando uma das outras, como se estivessem sobre um balão sendo inflado.<br />
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Einstein revisou suas equações, retirando a tal constante e afirmando que ela teria sido a maior bobagem que ele já tinha feito. A partir de então, a interpretação dessas equações, bem complicadas por sinal, nos levava a crer que o universo começou com uma singularidade, onde toda a matéria do universo estava concentrada e subitamente começou uma rápida expansão. Esse seria o Big Bang, ou grande explosão. Esse termo foi cunhado por Fred Hoyle, um defensor da teoria do universo estático, muito mais em tom de crítica, do que para ser muito claro. Isso causa uma grande confusão na hora de entender a física do processo. Não houve uma grande explosão, não há um centro do qual tudo parece se afastar, não havia antes e não há nada "fora" do universo. Mas isso é assunto para outra hora.<br />
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Desde então, os astrônomos vinham tentando medir a velocidade de expansão do universo e tentando saber que tipo de destino o universo teria: se a expansão seria eterna ou não, mas em todos os casos seria uma expansão desacelerada.<br />
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Mas eis que, em meados de 1990, usando supernovas para estudar a expansão do universo, Saul Perlmutter e uma equipe de colaboradores descobrem que o universo está na verdade em expansão acelerada! Uma descoberta tão fantástica e tão inesperada, que rendeu o prêmio Nobel de física de 2011.<br />
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Até hoje não há explicação para essa expansão acelerada. Foi aí que se criou o termo energia escura, que deve permear 72% do universo e que ninguém sabe o que é! Muitas teorias tentam explicar essa componente do universo, que forma quase três quartos dele, mas até agora nada muito plausível.<br />
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Do ponto de vista observacional, uma colaboração internacional entre EUA, Japão, Canadá, Espanha e Brasil acaba de anunciar alguns resultados na tentativa de compreender melhor essa estranha forma de energia que está acelerando o universo.<br />
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O projeto de Busca Espectroscópica de Oscilações Acústicas de Bárions (BOSS, em inglês) se utiliza dos espectros de galáxias obtidos por outro projeto, o SDSS, e tem como objetivo estudar o universo em três fases distintas. Uma muito inicial, quando a gravidade predominava sobre a energia escura e o universo era desacelerado. Outra intermediária, quando gravidade e energia escura meio que se equilibravam. E uma terceira mais recente, quando a energia escura começou a dominar, e o universo passou a ser acelerado.<br />
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Para obter informações do universo quando ele ainda era muito jovem, a equipe do BOSS utilizou espectros de mais de 48 mil quasares (núcleos muito brilhantes de galáxias muito distantes), e os astrônomos conseguiram evidenciar a tal da oscilação procurada. Isso foi possível observando a luz dos quasares tão distantes quanto 11,5 bilhões de anos-luz, que sendo parcialmente absorvida por nuvens de gás pelo caminho. A oscilação acústica de bárions é, na verdade, a variação periódica na distribuição das galáxias e nas nuvens de gás intergaláctico (a matéria visível, ou bariônica), que revelam a distribuição de matéria escura.<br />
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Ao que parece, a transição entre um universo dominado pela gravidade para um dominado pela energia escura ocorreu há uns 7-8 bilhões de anos atrás. Com esses resultados, a equipe do BOSS pretende caracterizar o universo quando ainda era dominado pela gravidade e se comportava como se esperava antes da descoberta da energia escura, segundo Márcio Maia, astrônomo brasileiro que participa do projeto.Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1596382740077412519.post-70589849407513690712014-12-15T10:45:00.001-03:002014-12-17T12:11:31.765-03:00Cientistas encontram possível sinal de existência de matéria escura<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjmjQWOJCUeSujlhmahrfrVqfLsIzPyXI-heYOJA7HqVGwjqCdciSzPZvDJXRV1Em3FKWELDDUBzlYO4bufAe-2JqdFO9Iq3sAZGMQELhti6Zdip3qjJIjkyRANKMd80lU-LjIgDzcK6MY/s1600/12dez2014---um-pico-estranho-verificado-nos-dados-coletados-do-telescopio-xmm-newton-da-esa-agencia-espacial-europeia-e-que-nao-pode-ser-explicado-por-nenhuma-particula-ou-atomo-conhecido-pode-ser-a-1418418309835_6.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjmjQWOJCUeSujlhmahrfrVqfLsIzPyXI-heYOJA7HqVGwjqCdciSzPZvDJXRV1Em3FKWELDDUBzlYO4bufAe-2JqdFO9Iq3sAZGMQELhti6Zdip3qjJIjkyRANKMd80lU-LjIgDzcK6MY/s1600/12dez2014---um-pico-estranho-verificado-nos-dados-coletados-do-telescopio-xmm-newton-da-esa-agencia-espacial-europeia-e-que-nao-pode-ser-explicado-por-nenhuma-particula-ou-atomo-conhecido-pode-ser-a-1418418309835_6.jpg" height="156" width="320" /></a></div>
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(UOL) Um pico estranho verificado nos dados coletados pelo telescópio XMM-Newton, da ESA (Agência Espacial Europeia, na sigla em inglês), e que não pode ser explicado por nenhuma partícula ou átomo conhecido pode ser a primeira detecção de um sinal da existência da chamada matéria escura -- substância que não pode ser diretamente observada porque não absorve ou emite luz. Até agora, os cientistas eram capazes apenas de deduzir a sua existência pelos efeitos que causa na gravidade da matéria visível. Esse é hoje um dos maiores mistérios da física moderna e estima-se que esse material componha 80% de todo o universo, ou 26,8% de sua densidade.<br />
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Assinada por uma equipe de pesquisadores internacionais do Laboratório de Física das Partículas e Cosmologia da EPLF e da Universidade de Leiden, na Holanda, a descoberta será publicada na próxima semana na Physical Review Letters. Apesar de a matéria escura nunca ter sido detectada ou medida, o novo estudo oferece uma evidência intangível da sua existência.<br />
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Liderada pelos cientistas da EPFL Oleg Ruchayskiy e Alexey Boyarsky, também professores da Universidade de Leiden, a equipe de pesquisadores se debruçou sobre os milhares de dados coletados pelo telescópio da ESA e detectou um pico estranho nas emissões de raio-x vindas de dois pontos diferentes do universo: as galáxias de Andrômeda e Perseus. O sinal não corresponde aos gerados pelas partículas e átomos conhecidos e é improvável que seja resultado de algum erro nos instrumentos de medição. Por isso, os cientistas acreditam, esperançosamente, que pode ter sido produzido por uma partícula de matéria escura.<br />
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O sinal aparece muito fraco no espectro do raio-x em uma emissão de fóton atípica que não poderia ser atribuída a qualquer forma conhecida da matéria. Além disso, a "distribuição do sinal dentro da galáxia corresponde exatamente ao que nós estávamos esperando com a matéria escura, isto é, concentrada e intensa no centro de objetos e mais fraca e difusa nas bordas", explicou Ruchayskiy. Para comprovar, o professor Alexey Boyarsky afirmou que a Via Láctea também foi analisada. "Nós procuramos dados da nossa própria galáxia, a Via Láctea, e fizemos as mesmas observações", disse em comunicado à imprensa.<br />
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Os pesquisadores acreditam que o sinal poderia ter vindo da destruição de uma partícula hipotética conhecida como neutrino estéril<br />
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Se a descoberta for confirmada, serão abertos novos caminhos nas pesquisas de física de partículas. Além disso, os cientistas afirmam que ela pode inaugurar uma nova era na astronomia moderna. "A confirmação pode levar à construção de novos telescópios especialmente desenhados para o estudo de sinais de partículas de matéria escura. Nós saberemos para onde olhar e assim traçar estruturas escuras no espaço capazes de reconstruir o processo de formação do universo", afirmou Boyarsky.<br />
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Matéria com vídeo <a href="http://noticias.uol.com.br/ciencia/ultimas-noticias/redacao/2014/12/12/cientistas-encontram-possivel-sinal-de-materia-escura.htm">aqui</a><br />
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Matéria similar na <a href="http://www1.folha.uol.com.br/ciencia/2014/12/1563454-cientistas-acham-um-possivel-sinal-da-materia-escura.shtml">Folha</a>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1596382740077412519.post-90377648978049351142014-12-09T13:03:00.000-03:002014-12-09T13:03:02.738-03:00A mais velha luz do universo<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi06Yk0_aW9Lr4kZeORVYq5ii0A90RZEjsNNUrk-Gw5W_XGb-ep1h5FHnfhnmV9qS5Jc8lzwKrbnlKAOEjbFdQ0R6ZlP_A9Jq31K6ph6u_ajV8CdtLWYI6BDjwBnToJz61K-otSrbOfV9w/s1600/mais-velha-luz04.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi06Yk0_aW9Lr4kZeORVYq5ii0A90RZEjsNNUrk-Gw5W_XGb-ep1h5FHnfhnmV9qS5Jc8lzwKrbnlKAOEjbFdQ0R6ZlP_A9Jq31K6ph6u_ajV8CdtLWYI6BDjwBnToJz61K-otSrbOfV9w/s1600/mais-velha-luz04.jpg" height="283" width="320" /></a></div>
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(Ciência Hoje) Pelo que sabemos da literatura científica, o universo passou por diferentes condições de temperatura e constituição de seus componentes, desde a sua criação até os dias atuais.<br />
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Aparentemente tudo começou com a sopa primordial, uma extremamente densa e quente mistura de matéria e luz. A densidade de massa era tão grande, que os fótons de luz não podiam sair de lá. Bastava um pequeno deslocamento e logo eram absorvidos por alguma partícula.<br />
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De repente aquele universo primordial começou a se expandir em alta velocidade e explodiu, liberando seu conteúdo para formar o universo que hoje conhecemos. Essa explosão ficou conhecida como Big Bang, e a luz que saiu dali, conhecida como radiação cósmica de fundo (RCF), continua circulando e testemunhando o início do universo.<br />
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<span style="font-size: large;"><a href="http://cienciahoje.uol.com.br/colunas/do-laboratorio-para-a-fabrica/a-mais-velha-luz-do-universo">(continua aqui)</a></span></div>
Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1596382740077412519.post-17392401839859579852014-12-01T12:54:00.000-03:002014-12-01T12:54:00.376-03:00Investigador português ajuda a desvendar papel da rede cósmica<b>David Sobral está ligado ao Instituto de Astrofísica e Ciências do Espaço</b><br />
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhY6q-5YdqH9jhD34Jf1m4pQcrTsjEb1GGtBOoVB47ay04ucrIlEDLemg8iUyTh0FA_NpR8o1FVP3WxGHbSHxU4K22Y-hprNIAQUPZCrwzs8rFENlxWnP9pfYv7MU_vUrupuZb5lwXj52Q/s1600/59693.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhY6q-5YdqH9jhD34Jf1m4pQcrTsjEb1GGtBOoVB47ay04ucrIlEDLemg8iUyTh0FA_NpR8o1FVP3WxGHbSHxU4K22Y-hprNIAQUPZCrwzs8rFENlxWnP9pfYv7MU_vUrupuZb5lwXj52Q/s1600/59693.jpg" height="114" width="320" /></a></div>
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(Ciência Hoje - Portugal) Uma equipa internacional de astrónomos, da qual faz parte David Sobral, do Instituto de Astrofísica e Ciências do Espaço, estudou pela primeira vez o papel da estrutura em larga escala do Universo distante, identificando a rede cósmica e os seus filamentos como tendo um papel fundamental na evolução de galáxias como a nossa.<br />
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Como se formam e evoluem galáxias como a nossa Via Láctea? De uma forma simples, pensa-se que a estrutura a larga escala, dominada por matéria escura, se tenha começado a formar muito cedo, a partir de pequenas flutuações iniciais no Universo primordial. Este "esqueleto" do Universo deverá ter tido um papel importante na formação e evolução de galáxias, algo que era até agora muito difícil de estudar e observar.<br />
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David Sobral (IA e Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa) comenta: "Já se sabia que as galáxias que vivem no "campo" (em ambientes muito pouco densos) têm uma maior probabilidade de estarem a formar estrelas, enquanto as que vivem na “cidade” (enxames de galáxias) estão sobretudo "mortas". No entanto, o papel da rede cósmica, e em particular dos filamentos gigantes que se pensa poderem ligar grandes enxames de galáxias, estava, até há pouco tempo, por compreender. "Os nossos resultados mostram que os filamentos têm um papel fundamental na formação e evolução de galáxias.”<br />
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Estes resultados só foram possíveis fazendo uso de dados provenientes dos melhores telescópios do mundo, em conjunto com um novo método de identificar e quantificar estruturas desenvolvido pela equipa. Esta combinação única permitiu estudar uma mega estrutura, identificada por David Sobral, e finalmente quantificar o papel da misteriosa rede cósmica.<br />
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Descobriu-se que as galáxias que habitam os grandes filamentos da rede cósmica têm uma maior probabilidade de formar estrelas, evoluindo mais rapidamente. Este facto poderá ser a explicação para as galáxias nos enxames serem tão pouco activas: se a maioria das galáxias for pré-processada em filamentos, poderão acabar como galáxias “mortas” quando chegarem até ao centro dos enxames.<br />
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"O grande objectivo agora é estender os nossos resultados a várias etapas da evolução do Universo, para sabermos como é que a rede cósmica influenciou a formação e evolução de galáxias ao longo dos vários milhares de milhões de anos desde o Big Bang. Será mais uma importantíssima peça do puzzle na nossa busca pela compreensão de como é que galáxias se formam e evoluem", conclui David Sobral.<br />
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A equipa responsável por este estudo, publicado recentemente no conceituado Astrophysical Journal (ApJ), é formada por Behnam Darvish (Universidade da Califórnia), David Sobral (IA, Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa e Observatório de Leiden), e outros investigadores do Caltech e das Universidades de Califórnia, Edimburgo e Durham.Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1596382740077412519.post-25539702973598694792014-11-28T10:26:00.005-03:002014-11-28T10:26:47.655-03:00Luzes que ainda não chegaram<b>Se há tantas estrelas, por que o céu é escuro à noite? Quem responde é o astrônomo Fernando Roig, do Observatório Nacional.</b><br />
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiKvprc4Jo4XGVdaedc7g3DeEpKMdaloAre-EDHq7SVPmxEk1pHupixnJaeqpj-rd08kDd0ElFFhsjIe1U_F6tdR0quQ7Kee8ral6Yd8Jiqht1hVM_IDQn9bRKGS0IquZuQmZNdM5OCeI4/s1600/image_preview.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiKvprc4Jo4XGVdaedc7g3DeEpKMdaloAre-EDHq7SVPmxEk1pHupixnJaeqpj-rd08kDd0ElFFhsjIe1U_F6tdR0quQ7Kee8ral6Yd8Jiqht1hVM_IDQn9bRKGS0IquZuQmZNdM5OCeI4/s1600/image_preview.jpg" height="226" width="320" /></a></div>
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(Ciência Hoje) Essa é uma questão que já intrigou a ciência. Ela foi abordada pelo astrônomo alemão H. W. Olbers, no século 19, e ficou conhecida como paradoxo de Olbers. O paradoxo acontece ao presumir que o universo é infinito, eterno e estático, com infinitas estrelas distribuídas de forma uniforme, homogênea e isotrópica (igual em todas as direções).<br />
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Então, em qualquer direção para a qual olharmos haveria pelo menos uma estrela, mesmo que muito distante ou de luz muito fraca, emitindo um fluxo luminoso de fótons por unidade de área que independe da distância. Ao somar a contribuição de todas as áreas do céu, concluímos que o céu deveria ter um brilho uniforme, comparável ao Sol. Logo, a noite não poderia ser escura.<br />
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Ainda que as estrelas se aglomerem para formar galáxias, se considerarmos que existem infinitas galáxias, distribuídas de forma homogênea e isotrópica, o paradoxo continua. Isso ocorre mesmo considerando que as galáxias também se agrupam para formar aglomerados e superaglomerados: basta que o universo seja homogêneo e isotrópico em grande escala e que a matéria luminosa esteja distribuída de maneira uniforme.<br />
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O paradoxo só foi resolvido com a teoria do Big Bang. Neste caso, o universo não é nem eterno nem estático. Como tem uma idade finita, existem regiões que estão além do nosso horizonte de eventos, ou seja, tão afastadas que a luz ainda não teve tempo (desde a origem do universo) de chegar até nós, pois sua velocidade é finita. Assim, mesmo que existam infinitas estrelas ou galáxias distribuídas de modo uniforme, não conseguimos enxergar todas ao mesmo tempo – e por isso a noite é escura.<br />
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Essa teoria também diz que o universo está se expandindo. Logo, pela lei de Hubble, objetos mais distantes se afastam de nós mais rapidamente e esse movimento faz com que a luz deles chegue até nós ‘deslocada’ para os comprimentos de onda mais longos. Como esses comprimentos de onda estão fora do intervalo visível, a luz desses objetos se torna ‘invisível’ aos nossos olhos. Assim, mesmo que em nosso horizonte de eventos haja suficiente matéria luminosa para tornar o céu brilhante à noite, esse brilho estaria espalhado por diversos comprimentos de onda, dos quais enxergamos só um pequeno intervalo.<br />
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A rigor, o céu tem um brilho uniforme causado pela radiação cósmica de fundo, que é detectada apenas em comprimentos de micro-ondas. Essa radiação cósmica de fundo é o evento mais distante que conseguimos detectar, é um resquício da época do Big Bang, quando o universo estava totalmente permeado de fótons e era intrinsecamente brilhante. Portanto, se os nossos olhos fossem capazes de enxergar todos os comprimentos de onda possíveis, a noite certamente não seria escura.Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1596382740077412519.post-82843564906492198782014-11-20T13:28:00.001-03:002014-11-20T13:28:06.984-03:00Bóson de Higgs pode nunca ter sido descoberto, afirmam pesquisadores<b>Físicos defendem que não há evidência conclusiva para afirmar que a partícula encontrada no LHC é de fato o famoso bóson</b><br />
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhQUke5BqenYeQpI8O6RtK0mVkkrlCg08tqXkGkQkmm82U5pZe0uQKedAN2GdVvCG88S7g064h-Dpyl-g0twhNlTn_J7IDJmTEZMACl6XptgquQpaZKhjrk4P2VziwSz9LrFweLxS7RipE/s1600/higgs-event.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhQUke5BqenYeQpI8O6RtK0mVkkrlCg08tqXkGkQkmm82U5pZe0uQKedAN2GdVvCG88S7g064h-Dpyl-g0twhNlTn_J7IDJmTEZMACl6XptgquQpaZKhjrk4P2VziwSz9LrFweLxS7RipE/s1600/higgs-event.jpg" height="295" width="320" /></a></div>
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(Galileu) Talvez Stephen Hawking não precise mais se preocupar com um possível risco de o Bóson de Higgs destruir o universo: recentemente, uma equipe de pesquisadores pôs em xeque a própria descoberta da partícula. Pouco mais de dois anos depois de o Centro Europeu de Pesquisa Nuclear (CERN) ter anunciado a detecção da popular “partícula de Deus” – o que inclusive rendeu o Nobel de Física de 2013 a Peter Higgs e François Englert, os teóricos que primeiro a descreveram – físicos europeus se debruçaram sobre os dados gerados pelo Grande Colisor de Hádrons (LHC) e concluíram que não existem provas consistentes para afirmar que a partícula encontrada se trata mesmo do famoso bóson.<br />
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“Os dados do CERN são geralmente tomados como evidência de que a partícula é a de Higgs. É verdade que a partícula de Higgs pode explicar os dados, mas podem existir outras explicações, nós também obteríamos estes dados a partir de outras partículas”, explica em um comunicado Mads Toudal Frandsen, pesquisador da University of Southern Denmark associado ao Centro de Cosmologia e Fenomenologia de Física de Partículas. Ele é um dos autores do <a href="http://journals.aps.org/prd/abstract/10.1103/PhysRevD.90.035012">artigo</a> publicado em agosto no Physical Review D.<br />
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Frandsen e seus colegas não descartam a possibilidade de o bóson de Higgs ter sido descoberto de fato, mas afirmam que existe a mesma chance de se tratar de algo diferente. Mais especificamente, os físicos suspeitam que o LHC possa ter produzido uma partícula chamada techni-higgs – ela é similar ao bóson em alguns aspectos e pode ser confundida com ele em experimentos, mas ambas são fundamentalmente diferentes e fazem parte de duas teorias distintas que explicam como o universo foi formado.<br />
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O bóson de Higgs é uma partícula elementar (aquelas que não podem ser divididas em componentes menores) e a peça que falta em uma teoria conhecida como Modelo Padrão, que descreve três das quatro forças conhecidas da natureza – gravidade, eletromagnetismo e forças nucleares forte e fraca. Ela não consegue, no entanto, explicar a matéria escura, substância que compõe a maior parte do universo. A diferença para o techni-higgs seria grande.<br />
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“Uma partícula techni-higgs não é elementar. Ao invés disso, ela consiste nos assim chamados techni-quarks, que nós acreditamos serem elementares. Techni-quarks podem se unir de variadas formas para formar, por exemplo, partículas techni-higgs, enquanto outras combinações podem formar matéria escura. Nós esperamos, portanto, encontrar muitas partículas diferentes no LHC, todas construídas por techni-quarks”, esclarece Frandsen.<br />
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Se essas partículas elementares realmente existirem, passarão a ser cinco as forças da natureza conhecidas: nenhuma das quatro que conhecemos hoje é capaz de unir os techni-quarks. Esta possível nova força já tem até nome – força technicolor. O físico dinamarquês acredita que com mais dados do CERN será possível determinar ao certo qual das duas partículas foi forjada no interior do LHC. Ele também crê que se o Centro desenvolver um acelerador ainda mais poderoso, será possível observar techni-quarks diretamente.<br />
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhGUQ43ovgfJDGxF6UhPItFcZpFyqPamP0B9zAWLLRhMF9zNOcNyaJYm-bffKNTZYGlam4EwwVr7VmeuOufit1tDgsYl11uR3qwnlFilJLYNELPfvFReatAlWLSt_S9AYdnT0b0zav9tR8/s1600/higgs-mads_toudal_frandsen.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhGUQ43ovgfJDGxF6UhPItFcZpFyqPamP0B9zAWLLRhMF9zNOcNyaJYm-bffKNTZYGlam4EwwVr7VmeuOufit1tDgsYl11uR3qwnlFilJLYNELPfvFReatAlWLSt_S9AYdnT0b0zav9tR8/s1600/higgs-mads_toudal_frandsen.jpg" height="320" width="213" /></a></div>
<br />Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1596382740077412519.post-81206941994423970962014-11-19T14:32:00.000-03:002014-11-19T14:32:02.503-03:00Novo experimento pretende captar sinais do início do tempo<b>Em breve um experimento aéreo sondará os restos mais antigos do Universo</b><br />
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgSxQqz7GD8Md7fnK_Le8fNfYEaJf5_GioIMXciAuPT8jNUMJOwLASlk5yQ2mpebUed_fLoulSH59I-40iiNena7RgTraCBQmuTaTvsATrWF0Du-TwQx-wIWIREWZKtXa7QUj4cPaYyvoA/s1600/novo_experimento_pretende_captar_sinais_do_inicio_do_tempo_1__2014-11-18164958.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgSxQqz7GD8Md7fnK_Le8fNfYEaJf5_GioIMXciAuPT8jNUMJOwLASlk5yQ2mpebUed_fLoulSH59I-40iiNena7RgTraCBQmuTaTvsATrWF0Du-TwQx-wIWIREWZKtXa7QUj4cPaYyvoA/s1600/novo_experimento_pretende_captar_sinais_do_inicio_do_tempo_1__2014-11-18164958.jpg" /></a></div>
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(Scientific American Brasil) Quando procuramos pistas sobre a física do Universo primitivo, precisamos mirar alto – e um telescópio carregado por um balão, conhecido como Spider, que deve voar sobre a Antártica neste inverno boreal, pode ter sucesso onde um experimento terrestre amplamente divulgado fracassou.<br />
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Físicos trabalhando nesse experimento terrestre, conhecido como BICEP2, anunciaram há vários meses a descoberta de evidências de ondas gravitacionais primordiais – dobras no tecido do próprio espaço, ocorridas nos momentos iniciais do Universo. A descoberta virou manchete no mundo todo. Após análises mais detalhadas, porém, eles admitiram que seus dados eram inconclusivos. O sinal detectado poderia ter sido provocado tanto por poeira interestelar quanto pelas tão procuradas ondas gravitacionais. Cientistas trabalhando com o Spider acreditam que seus detectores podem resolver o problema. (O experimento se chama Spider por ter seis telescópios. Organizados em um círculo no projeto inicial, eles sugeriam uma criatura de muitas pernas. O projeto evoluiu, mas o nome ficou). <br />
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Assim como aconteceu com o BICEP2, os detectores a bordo do Spider medirão a radiação cósmica de fundo, ou RCF, criada quando o Universo tinha menos de 500 mil anos.<br />
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Embutido na RCF, porém, pode haver um sinal indicativo de uma época ainda mais antiga: o misterioso período da inflação cósmica, quando o Universo cresceu exponencialmente durante a primeira minúscula fração de segundo após o Big Bang.<br />
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De acordo com a teoria da relatividade geral – a teoria da gravidade de Einstein – uma imensa quantidade de ondas gravitacionais deve ter sido liberada durante esse período da inflação. Essas ondas deveriam distorcer a RCF, mudando a polarização de micro-ondas individuais (isto é, mudando a orientação de seus campos elétricos e magnéticos constituintes); os padrões resultantes de espirais sutis são chamados de “modos-B”.<br />
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Mas há um problema. Minúsculos grãos de poeira interestelar, alinhados com o campo magnético de nossa galáxia, emitem com aproximadamente a mesma frequência e podem criar um padrão semelhante de espirais de micro-ondas. A atmosfera da Terra se soma ao problema porque degrada os dois sinais ao ponto de ser difícil separá-los. O Spider, que tem mais ou menos o tamanho de uma grande caminhonete, deve superar essa dificuldade. Ele será levado às alturas, até a estratosfera, por um gigantesco balão de hélio. Realizar observações dessa altura “permite uma sensibilidade enorme”, explica Jeffrey Filippini, físico do Instituto de Tecnologia da Califórnia e diretor da equipe que projetou os receptores de micro-ondas. “Um dia no ar vale tanto quanto um mês no chão”. <br />
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O Spider também tem uma segunda vantagem. Enquanto o BICEP2 mediu a RCF em uma única frequência, o Spider coletará dados em duas – e a razão entre esses dois sinais, de acordo com Filippini, também pode ajudar a distinguir entre os efeitos da poeira e uma possível assinatura de ondas gravitacionais.<br />
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O Caltech está entre uma dúzia de instituições dos Estados Unidos, Reino Unido, Canadá e África do Sul colaborando no Spider, que deve alçar voo no final de dezembro. Muitos dos pesquisadores que agora trabalham no projeto, incluindo Filippini, também participam do BICEP2.<br />
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Na verdade, Spider e BICEP2 são apenas dois dos muitos experimentos, alguns em operação e alguns em estágios de planejamento, que se juntarão à caçada por ondas gravitacionais primordiais em meses futuros, incluindo o Telescópio do Polo Sul e o Telescópio Cosmológico do Atacama.<br />
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Dados da sonda Planck, que já mediu a quantidade de poeira em todo o céu, também são vitais para ajudar na calibragem de outros estudos que cobrem regiões menores do céu.<br />
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Enquanto isso, físicos usando o telescópio POLARBEAR no Chile recentemente anunciaram ter encontrado polarizações de modo-B na RCF.<br />
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Acredita-se, no entanto, que esses modos-B sejam o produto não de ondas gravitacionais, mas de outro fenômeno chamado de lentes gravitacionais – uma distorção da RCF devido à intervenção de matéria como aglomerados galácticos, cuja gravidade poderia arrastar micro-ondas em uma espiral de modo-B. O POLARBEAR pode fornecer informações valiosas sobre as primeiras estruturas que se formaram no Universo, mas ele não foi projetado para estudar a era da inflação.<br />
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A teoria da inflação cósmica, desenvolvida no início dos anos 80, é atualmente a principal teoria para explicar como minúsculas flutuações quânticas no início do tempo se desenvolveram até se tornarem as gigantescas estruturas que compõem o Universo atual.<br />
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O ruído quântico também deve estar presente nas ondas gravitacionais criadas pela inflação. Além disso, as próprias ondas devem chegar a escalas cosmológicas. Assim como podemos pensar na RCF como sendo o eco do Big Bang, essas ondas gravitacionais podem ser lidas como os ecos gravitacionais da rápida expansão provocada pela inflação.<br />
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Se o Spider detectar um sinal de ondas gravitacionais na RCF, ele será visto como uma “evidência muito forte para a teoria inflacionária”, observa Filippini. Por outro lado, a não-detecção das ondas pode não descartar a inflação, já que a teoria é muito flexível. “Teóricos são inteligentes, e independentemente do que observarmos, tenho certeza de que teremos várias interpretações”, conclui ele.Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1596382740077412519.post-9965041729717748942014-11-17T10:39:00.000-03:002014-11-19T14:36:54.879-03:00Quatro maneiras para você observar o Multiverso<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEidRROmd-niRdDO8pdU4A9dtRZCldo5v7nJImci_vz0vJnzGrG4PW3wgyrs7v_2m3ANg1L04Zil9jZ9aNwVkvkvf7xi06weJuFK1ZHReOHBXqPLt0HTuy9fWyfK_W27ckdJg0sGFW7tnxQ/s1600/010130141114-vida-outros-universos.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEidRROmd-niRdDO8pdU4A9dtRZCldo5v7nJImci_vz0vJnzGrG4PW3wgyrs7v_2m3ANg1L04Zil9jZ9aNwVkvkvf7xi06weJuFK1ZHReOHBXqPLt0HTuy9fWyfK_W27ckdJg0sGFW7tnxQ/s1600/010130141114-vida-outros-universos.jpg" /></a></div>
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<b>Teoria dos multiversos</b><br />
(Inovação Tecnológica) Os dados não confirmam e nem descartam a teoria dos multiversos, o que pode estar ajudando a proposta a ganhar força entre os físicos.<br />
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Para alguns, a pergunta se existe vida em outros universos é fácil de ser respondida, uma vez que os múltiplos universos seriam nada menos do que réplicas deste nosso universo, em cada um dos quais ocorreria uma das inúmeras possibilidades de eventos que são tão caras à mecânica quântica.<br />
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Nessa interpretação, toda vez que você faz uma escolha, você influencia uma infinidade de universos, o que inclui uma infinidade de outros "vocês" - alguns deles levando vidas muito diferentes da sua porque suas decisões "colapsaram" de forma diferente.<br />
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<span style="font-size: large;"><a href="http://www.inovacaotecnologica.com.br/noticias/noticia.php?artigo=quatro-maneiras-voce-observar-multiverso&id=010130141114#.VGn5_DTF91Y">(continua aqui)</a></span></div>
Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1596382740077412519.post-74885428805051887502014-11-07T09:04:00.001-03:002014-11-07T09:04:34.137-03:00'Vazamento' de galáxia permite ver fenômeno da teoria do Big Bang<b>Em região com taxa alta de nascimento de estrelas, astrônomos flagram processo que possibilitou primeira luz estelar no universo</b><br />
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhqJI-l7eyn-x0tpO2RaT5BINA3AfrCy9PWG27A1kkswxjyvpBwCZB5D8ChvDkJeDb70xPyxcKifJkzFNSYx3dUq0FuUxcT7sXXMliDbT8VIXcM97MJ8r_-x8NEgvrl801jNZ4I68YNO6Y/s1600/LBB9C72D5C084406E8FBD687E31D417E3.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhqJI-l7eyn-x0tpO2RaT5BINA3AfrCy9PWG27A1kkswxjyvpBwCZB5D8ChvDkJeDb70xPyxcKifJkzFNSYx3dUq0FuUxcT7sXXMliDbT8VIXcM97MJ8r_-x8NEgvrl801jNZ4I68YNO6Y/s1600/LBB9C72D5C084406E8FBD687E31D417E3.jpg" height="179" width="320" /></a></div>
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(Estadão) Ao identificar uma galáxia que produz novas estrelas a uma taxa excepcionalmente alta, um grupo de cientistas descobriu pistas inéditas sobre o fenômeno que possibilitou a primeira centelha de luz estelar na escuridão do universo após o Big Bang. Esse primeiro evento luminoso, conhecido como "reionização do universo", era previsto até agora apenas em modelos teóricos. O trabalho foi publicado na revista Science.<br />
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De acordo com um dos autores, Roderik Overzier, do Observatório Nacional do Rio de Janeiro, o grupo utilizou dados do telescópio espacial Hubble para detalhar o espectro de uma galáxia próxima à Via Láctea que produz novas estrelas na taxa de cerca de 50 massas solares por ano. Um "vazamento" na galáxia possibilitou a observação do fenômeno. Participaram também do estudo pesquisadores da Universidade Johns Hopkins e do Space Telescope Science Institute, ambos em Baltimore (Estados Unidos).<br />
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"O fenômeno se caracteriza pela emissão de fótons ultravioleta de alta energia. Normalmente não conseguimos observá-lo porque há massas de gás neutro que bloqueiam essas partículas. Mas ali, com tamanha intensidade de nascimento de estrelas, as fortes explosões e ventos estelares abriram brechas nesse envelope gasoso. Com isso, pudemos observar pela primeira vez a radiação ultravioleta escapando", declarou.<br />
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Segundo Overzier, os modelos teóricos indicam que o fenômeno teria acontecido na época da formação das primeiras galáxias do universo, entre 400 milhões e 950 milhões de anos depois do Big Bang. Depois da luz inicial, uma névoa de gás hidrogênio neutro preencheu o universo. Produzidos por estrelas jovens e massivas, os fótons ultravioleta de alta energia foram responsáveis por ionizar todo o gás hidrogênio que ocupa o espaço entre as galáxias. Mas até agora não se compreendia como isso pode ter acontecido, se em condições normais esses fótons não escapam das galáxias. <br />
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A galáxia com "vazamento", de acordo com Overzier, mimetiza os processos do universo primordial. "A galáxia que estudamos é muito semelhante às que existiam na fase inicial do universo. Por isso a descoberta demonstra pela primeira vez como o processo de reionização do universo pode ter acontecido. Nossa teoria é que as primeiras gerações de galáxias no universo também produziram ventos fortes e explosões que levaram à fuga dos fótons necessários para a reionização", declarou.<br />
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O pesquisador afirmou que, embora não seja possível vislumbrar a antiga energia responsável pelo fenômeno luminoso inicial, o novo estudo dá excelentes pistas para descobrir como ele aconteceu. "Conseguimos pistas muito importantes. Acredito que se o Brasil se juntar ao ESO, a organização internacional responsável pela construção e operação dos melhores observatórios astronômicos do mundo, seremos capazes de fazer muitas outras descobertas nesse campo, nos próximos anos", disse.Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1596382740077412519.post-12160816670221367112014-11-05T14:46:00.003-03:002014-11-12T14:15:13.681-03:00Parece cada vez mais plausível que vivemos em um multiverso<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh-36UAJhT_7N-S4R-UdK7HZH_h7ZAgfijq024BANZV9S86DY6ChB5FBeeK7C_uYoBmtYmkBKCxHtGcN8E5PuEbI-1qV_PwycylrY8g12CYMs8Au2o5dGlqIZoxj25sM73TW18mnzBcof8/s1600/multiverso-838x471.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh-36UAJhT_7N-S4R-UdK7HZH_h7ZAgfijq024BANZV9S86DY6ChB5FBeeK7C_uYoBmtYmkBKCxHtGcN8E5PuEbI-1qV_PwycylrY8g12CYMs8Au2o5dGlqIZoxj25sM73TW18mnzBcof8/s1600/multiverso-838x471.jpg" height="179" width="320" /></a></div>
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(Io9/Hypescience) Poderia o nosso enorme universo ser apenas um de muitos?<br />
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Cada vez mais os físicos acham que sim.<br />
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Antes cautelosos com a hipótese de multiverso, os cientistas agora estão mais inclinados a esta forma radical de pensar, em parte porque ela ajuda a explicar por que nosso universo é o único com os ingredientes físicos certos para tornar a vida possível.<br />
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Até agora, não encontramos nenhuma outra forma de vida em nenhum outro local que não a Terra. Pelo menos não no nosso universo.<br />
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A teoria do multiverso, se for verdadeira, pode sugerir que a vida é mais comum do que pensamos – ela pode existir também em outros universos.<br />
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O problema dessa hipótese, no entanto, é como testá-la.<br />
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Os defensores da ideia de multiverso devem mostrar que, entre os universos raros que sustentam a vida, o nosso é estatisticamente normal. A dose exata de energia do vácuo, a massa precisa do bóson de Higgs e outras anomalias devem ter chances altas de surgirem dentro do subgrupo de universos habitáveis.<br />
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Se as propriedades desse universo ainda parecerem atípicas mesmo no subconjunto habitável, então a explicação do multiverso é falha.<br />
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Mas o infinito sabota a análise estatística. Em um multiverso eternamente inflado, onde qualquer bolha (qualquer universo) pode se formar infinitamente, como medimos o que é “típico”?<br />
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Em um único universo, vacas nascidas com duas cabeças são mais raras do que vacas nascidas com uma cabeça. Mas, em um multiverso infinitamente ramificado, há um número infinito de vacas de duas cabeças e um número infinito de vacas com uma cabeça.<br />
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Como fica essa relação, então?<br />
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Durante anos, a incapacidade de calcular as razões de quantidades infinitas impediu a hipótese do multiverso de fazer predições testáveis sobre as propriedades deste universo múltiplo. Para a hipótese amadurecer em uma teoria da física de pleno direito, a questão da vaca de duas cabeças exige uma resposta.<br />
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Matéria similar no <a href="http://noticias.r7.com/tecnologia-e-ciencia/fotos/teoria-da-existencia-de-universos-paralelos-pode-ser-real-05112014#!/foto/1">R7</a><br />
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E mais:<br />
<a href="http://revistagalileu.globo.com/Revista/noticia/2014/11/um-universo-ou-muitos.html">Um universo ou muitos? (Galileu)</a>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1596382740077412519.post-22646514568192290112014-11-03T10:55:00.002-03:002014-11-03T10:55:34.396-03:00O Universo pode ser mais velho do que parece<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhLjbycXYEPZuMgNhQYqxjiqvA-QM6Z8XwMas_I9raEt8EUxrVLqAHg-CSeqxAJmg25bgxdP-xRNbAK54P-Bqb2PFY4LzNcQ7BouoQ8I0fOV0bpGEy1Y3Xy6kmxHcVKc6Oy4yRltDJ9akg/s1600/010130141031-hd-140283.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhLjbycXYEPZuMgNhQYqxjiqvA-QM6Z8XwMas_I9raEt8EUxrVLqAHg-CSeqxAJmg25bgxdP-xRNbAK54P-Bqb2PFY4LzNcQ7BouoQ8I0fOV0bpGEy1Y3Xy6kmxHcVKc6Oy4yRltDJ9akg/s1600/010130141031-hd-140283.jpg" /></a></div>
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<span style="font-size: xx-small;">A estrela Matusalém mereceu os olhares do radiotelescópio ALMA já na sua inauguração.[Imagem: DSS/STScI/AURA/Palomar/Caltech/UKSTU/AAO]</span></div>
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<b><br />
</b> <b>Estrela mais velha que o Universo</b><br />
(Inderscience/Inovação Tecnológica) Quando os astrônomos calcularam pela primeira vez a idade da estrela HD 140283, que fica a uns meros 190 anos-luz da Terra, na constelação de Libra, eles ficaram confusos.<br />
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Esta estrela rara parece ser tão antiga que foi rapidamente apelidada de estrela Matusalém.<br />
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É uma sub-gigante pobre em metais, com uma magnitude aparente de 7,223. A estrela é conhecida há cerca de um século como uma estrela de alta velocidade, mas a sua presença em nossa vizinhança solar e sua composição estavam em desacordo com as teorias.<br />
<br />
Além disso, a HD 140283 não era apenas uma esquisitice do início do Universo, formada pouco tempo depois do Big Bang. Na verdade, ela parece ter 14,46 bilhões de anos de idade - o que a torna mais velha do que o próprio Universo, atualmente estimado em seus 13,817 bilhões de anos (idade estimada a partir da radiação cósmica de fundo de micro-ondas).<br />
<br />
É claro que, em última análise, revelou-se que as margens de erro na estimativa da idade da estrela Matusalém são maiores do que a pesquisa original sugeriu - os astrônomos adicionaram uma margem de erro de 800 milhões de anos. As barras de erro podem torná-la muito mais jovem, o que faz com que esteja entre os objetos estelares mais antigos conhecidos no Universo, mas, certamente, dentro dos limites de tempo desde o Big Bang.<br />
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Mas, o que dizer desse igualmente possível limite superior de idade? Existe a possibilidade de que esta estrela possa de alguma forma ser tão antiga quanto as medidas originais sugeriram, mas ainda estar "deste lado do Big Bang"?<br />
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<b>Modelo do Universo Irradiante</b><br />
Birol Kilkis, da Universidade Baskent, na Turquia, acredita que sim.<br />
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Em 2004, Kilkis introduziu um novo modelo para o Universo - o Modelo do Universo Irradiante (RUM: Radiating Universe Model).<br />
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Este conceito intrigante sugere que a "exergia", a energia que está disponível para fazer o trabalho e o primeiro foco da teoria termodinâmica no século 19, flui desde o Big Bang para o que Kilkis chama de "dissipador térmico de tamanho infinito no zero absoluto" (0 Kelvin), muito, muito distante no futuro.<br />
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Usando seu modelo RUM, Kilkis calculou a idade do Universo em 14,885 ± 0,040 bilhões de anos, o que é ligeiramente mais velho do que a estimativa a partir das micro-ondas de fundo, mas acomoda facilmente a idade original da estrela HD 140283.<br />
<br />
Curiosamente, a teoria de Kilkis dá um novo valor dinâmico para a constante de Hubble e sugere que a expansão do universo está se acelerando desde 4,4 bilhões de anos após o Big Bang, o que pode muito bem acomodar a noção de energia escura. Além disso, esse ritmo acelerado de expansão está ele próprio se desacelerando, o que pode ser explicado pela matéria escura.<br />
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Energia escura e matéria escura são, como já se discutiu amplamente, os fenômenos físicos polêmicos para os quais não temos absolutamente nenhuma explicação, mas temos indícios observacionais que sugerem que eles são reais. Além disso, a teoria RUM sugere que a constante de Planck não é uma constante pura, mas uma variável cosmológica, um ponto para o qual foi apresentado algum fundamento em 2013 por dois físicos indianos.<br />
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiWOpAoK0_1jg5P_i3joNswBnMCDgsudcnyFYZSD_xqIJAN5pAd-19JRrEStfRWza0uLHMSv9Uk-zvRvPcXI-yom4bj5JcqVayiLcgkMEaRJg7z6H1V4ItXkLRKrvuaEbQkBs1WKxUr-MM/s1600/010130141031-variacao-leis-fisica-2.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiWOpAoK0_1jg5P_i3joNswBnMCDgsudcnyFYZSD_xqIJAN5pAd-19JRrEStfRWza0uLHMSv9Uk-zvRvPcXI-yom4bj5JcqVayiLcgkMEaRJg7z6H1V4ItXkLRKrvuaEbQkBs1WKxUr-MM/s1600/010130141031-variacao-leis-fisica-2.jpg" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<span style="font-size: xx-small;">As chamadas "constantes fundamentais" da natureza costumam mudar de vez em quando, conforme as medições se tornam mais precisas. [Imagem: Julian Berengut/UNSW]</span></div>
<br />
<br />
<b>Para onde o Universo se expande</b><br />
"A questão ainda sem resposta é para onde o Universo observável está se expandindo. Se o universo em expansão tem uma massa e um volume, qualquer que seja a sua forma, ele deve se expandir para outro meio", diz Kilkis.<br />
<br />
Esse "meio" teria tamanho infinito e estaria no zero absoluto, agindo assim como um ralo térmico para o Universo, que seria uma fonte de radiação térmica dentro da pia.Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1596382740077412519.post-18794182744336147252014-10-29T15:13:00.002-03:002014-10-29T15:13:39.807-03:00Higgsogênese: novo modelo sobre o início do universo<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg7KihbEb2CvgfmsHI8FCNMlk6T2Ha0oi7Gh_yWt7RFLiRwYORWHvyU83M97kYu3phFgizhcRr4VceiBRF3MZY2iVtOCDylTNPD6oz7jMYXXHKLJSaRK-UCjh-AsnzG2bju7SBFTRVeOsk/s1600/Higgsog%C3%AAnese-838x471.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg7KihbEb2CvgfmsHI8FCNMlk6T2Ha0oi7Gh_yWt7RFLiRwYORWHvyU83M97kYu3phFgizhcRr4VceiBRF3MZY2iVtOCDylTNPD6oz7jMYXXHKLJSaRK-UCjh-AsnzG2bju7SBFTRVeOsk/s1600/Higgsog%C3%AAnese-838x471.jpg" height="179" width="320" /></a></div>
<br />
(Phys.com/Hypescience) Recentemente, em função de um artigo publicado na revista “Physical Review Letters”, houve notícias sobre um novo modelo cosmológico conhecido como higgsogênese. O termo refere-se à primeira aparição das partículas de Higgs no início do universo, assim como a bariogênese se refere ao aparecimento de bárions (prótons e nêutrons) nos primeiros momentos após o Big Bang. Enquanto a bariogênese é um processo bem compreendido, a higgsogênese ainda é muito hipotética.<br />
<br />
<b>A Higgsogênese</b><br />
Experimentalmente, nós temos observado o bóson de Higgs com uma massa cerca de 125 vezes maior do que a do próton. Atualmente, as evidências apontam para uma única partícula de Higgs, mas ainda são necessárias mais experiências para definir algumas de suas propriedades exatas.<br />
<br />
Isto dá uma excelente abertura a teóricos. Depois de termos demonstrado a existência da partícula e conhecermos algumas das suas propriedades básicas, ainda precisamos definir outras, por isso, os teóricos podem brincar com diferentes alternativas para ver como elas afetam a cosmologia.<br />
<br />
Neste artigo em particular, propõe-se que o Higgs tem uma antipartícula que se chama anti-Higgs. Partículas comuns como prótons e elétrons têm suas antipartículas (o antipróton e o pósitron).<br />
<br />
Em partículas comuns, a matéria e a antimatéria aparecem em quantidades iguais. Este é realmente um grande mistério na cosmologia, porque vivemos em um universo dominado pela matéria. Não temos certeza de como essa assimetria entre matéria e antimatéria se apresentava no início do universo.<br />
<br />
Para resolver este mistério, os autores propõem uma assimetria entre o Higgs e o anti-Higgs. Esta quebra de simetria, então, daria lugar à dominância da matéria em nosso universo atual. Eles também propõem que, conforme o universo esfriou, as partículas de Higgs poderiam ter decaído em partículas de matéria escura, dando origem à matéria escura no universo. Se esta última ideia for verdadeira, então o Higgs deve se deteriorar de maneira a indicar uma interação da matéria escura. A teoria é interessante, mas é muito especulativa.<br />
<br />
Desde que o bóson de Higgs ganhou o prêmio Nobel no ano passado, vimos uma enxurrada de artigos na imprensa popular sobre várias teorias “revolucionárias” que o ligam à cosmologia primitiva. Todas elas ainda são especulativas e permanecerão assim por um bom tempo.<br />
<br />
No momento, temos que explorar um monte de ideias para ver o que funciona e o que não funciona. Então, apertem seus cintos: os artigos da astrofísica de Higgs estão chegando.Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1596382740077412519.post-81439143626560786102014-10-27T11:01:00.003-03:002014-10-27T11:01:37.761-03:00É possível comprovar a aceleração do Universo?<b>Hipóteses não comprovadas</b><br />
Depois dos questionamentos lançados sobre a inflação pós-Big Bang, agora é a vez de os astrofísicos tentarem se livrar dos incômodos ligados à aceleração cósmica.<br />
<br />
O principal suporte observacional para a teoria da aceleração do Universo vem de dados coletados de supernovas.<br />
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Em 1998, astrônomos detectaram que algumas supernovas emitem uma luz fraca demais - portanto, estão mais distantes de nós do que seria esperado. Isso implica que o Universo está se acelerando, e não desacelerando, como as interações gravitacionais normais levavam a prever.<br />
<br />
No entanto, esta conclusão pressupõe tanto a validade da relatividade geral de Einstein, quanto uma hipótese não comprovada - a de que o Universo seria homogêneo - a fim de derivar equações que relacionam a distância à velocidade e à luminosidade.<br />
<br />
Três pesquisadores chineses afirmam agora que é possível escapar dessas indefinições usando radiotelescópios, que podem fornecer uma "observação mais direta" da aceleração do Universo medindo variações de velocidade em nuvens de hidrogênio intergalácticas.<br />
<br />
Eles propõem algumas modificações na coleta de dados desses radiotelescópios, que seriam necessárias para alcançar uma medição da aceleração suficientemente precisa.<br />
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<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiqkUwiNQ8MfAQPDapK34YybzesliQ7f8xzfZEVogZzmGEjwbur9k3Niw2pWQ-ZlWCz0PONsgAVth7fBsN6gsjLbZFKuh9kk0ZgAonAzADQICMsdq99Ggw1PPVLHiHFDL_11AqHVAv0LYs/s1600/010130141021-medir-aceleracao-universo.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiqkUwiNQ8MfAQPDapK34YybzesliQ7f8xzfZEVogZzmGEjwbur9k3Niw2pWQ-ZlWCz0PONsgAVth7fBsN6gsjLbZFKuh9kk0ZgAonAzADQICMsdq99Ggw1PPVLHiHFDL_11AqHVAv0LYs/s1600/010130141021-medir-aceleracao-universo.jpg" height="160" width="320" /></a></div>
<br />
<b>Medição direta da aceleração do Universo</b><br />
(APS/Inovação Tecnológica) Hao-Ran Yu e seus colegas da Universidade Normal de Pequim e da Universidade de Toronto (Canadá), afirmam que é possível fazer uma medição direta da aceleração - se ela estiver mesmo ocorrendo - observando nuvens de hidrogênio muito densas.<br />
<br />
Essas nuvens, situadas entre as galáxias, são detectadas porque absorvem emissões de rádio vindas de quasares situados por detrás delas em relação à Terra. A velocidade dessas nuvens pode ser então medida pela observação do desvio para o vermelho do hidrogênio em um comprimento de onda muito preciso, de 21 centímetros.<br />
<br />
Como a linha de absorção de 21 centímetros é muito estreita em comparação com as linhas de emissão das galáxias, torna-se possível observar mudanças de velocidade muito pequenas.<br />
<br />
Os pesquisadores lembram que rastreios já programados pelos radiotelescópios vão medir a velocidade de centenas de milhares de nuvens de hidrogênio.<br />
<br />
Se esses rastreios receberem as adaptações propostas pelo trio, bem como tiverem um aumento na frequência observacional de cada nuvem, dizem os físicos chineses, então eles poderão detectar acelerações cosmicamente relevantes - de cerca de um milímetro por segundo por ano - em observações realizadas ao longo de uma década.<br />
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Se tudo isto for feito, e se a esperada aceleração for realmente detectada, então mais um dos fundamentos da cosmologia moderna poderá passar da incômoda classe de hipótese para a categoria dos fenômenos diretamente observados.Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1596382740077412519.post-27962589578999077982014-10-24T08:08:00.002-03:002014-10-24T08:08:23.866-03:00É possível ouvir o Big Bang?<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhQjactDYRuNUy3dWMaJPEgTPC2cd9hmlGWGpv-tTzihE5NEGnLKGe5uF1TCQSIycyj3K-m6IPhA1l3_lSY-m0Dc99rcRQGW_MYEXsBt3nb7P7qAqqC8ScA-HsDvIYtNkHx8EbONX-uPaQ/s1600/big-bang-universo-1413842115097_615x300.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhQjactDYRuNUy3dWMaJPEgTPC2cd9hmlGWGpv-tTzihE5NEGnLKGe5uF1TCQSIycyj3K-m6IPhA1l3_lSY-m0Dc99rcRQGW_MYEXsBt3nb7P7qAqqC8ScA-HsDvIYtNkHx8EbONX-uPaQ/s1600/big-bang-universo-1413842115097_615x300.jpg" height="156" width="320" /></a></div>
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(Clique Ciencia - UOL) Você pode nem se lembrar de como eram os aparelhos de rádio e TV analógicos, mas esses eletrodomésticos já foram muito usados por quem queria entrar em contato com o Cosmos. É que, ao sintonizar um canal em que não haja sinal de alguma transmissora, é possível ouvir um chiado típico que, entre outros sons, inclui os ecos do Big Bang.<br />
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Isso mesmo: qualquer pessoa pode ouvir, com ajuda desses aparelhos antigos, vestígios do evento que supostamente deu início à expansão do Universo. O nome dessa espécie de "fóssil" do Big Bang é radiação cósmica de fundo. Ela foi descoberta meio que por acaso há cerca de 50 anos, pelos cientistas Arno Penzias e Robert Wilson.<br />
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Ao utilizar uma antena para fazer experimentos com micro-ondas, Penzias e Wilson perceberam um ruído que atrapalhava suas medições e não desaparecia. Chegaram a suspeitar que os culpados fossem os pombos que usavam a antena como vaso sanitário. Mas as aves não tinham nada a ver com a história.<br />
<br />
Os cientistas trocaram ideias com Robert Dicke, da Universidade de Princeton, que na época estava aperfeiçoando a teoria de George Gamow sobre a explosão primordial. E após os devidos estudos e medições, a radiação cósmica de fundo foi confirmada.<br />
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"Eles chegaram à conclusão que essa radiação podia ser detectada em qualquer ponto do Universo", conta o professor Ernesto Kemp, da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), diretor do Museu Exploratório de Ciências. Na Lua, na Terra ou em qualquer galáxia distante, ela apresenta um pico de frequência de 160,4 GHz e temperatura de 3° Kelvin, o equivalente a -270° Celsius.<br />
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Mas como é que o resquício de uma explosão pode ser assim tão frio? O professor da Unicamp explica: logo após o Big Bang, o Universo era como uma sopa muito quente e opaca à radiação. A radiação não conseguia se propagar, logo colidindo com as outras partículas, impedindo a formação dos átomos. Conforme o Universo se expandia, a temperatura diminuía e a radiação se propagava com mais facilidade, sem tantas colisões.<br />
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Cerca de 400 mil anos depois do instante inicial do Big Bang (lembre-se que isso é muito pouco na escala cósmica), o resfriamento foi suficiente para a radiação deixar de ser dominante e as partículas começarem a se agregar em átomos. Já se passaram mais de 13 bilhões de anos com o universo se expandindo, e a temperatura que era de aproximadamente 3000° Celsius chegou aos -270° Celsius.<br />
<br />
Juntamente com a descoberta de Edwin Hubble sobre a expansão do Universo, a radiação cósmica de fundo constitui um dos grandes pilares da teoria do Big Bang. Tanto que Penzias e Wilson receberam o Nobel de Física em 1978.<br />
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<b>Dos pombos aos satélites</b><br />
Desde que a dupla de cientistas afastou os pombos de sua antena para encontrar os ecos do Big Bang, vários satélites foram lançados com o objetivo de estudar a radiação cósmica de fundo, como o Cobe e o WMap, da Nasa (agência espacial americana). O primeiro, inclusive, levou à descoberta, em 1992, de que essa radiação não é uniforme --ela tem variações minúsculas de temperatura.<br />
<br />
Mas o principal instrumento de estudo é o observatório Planck, da Agência Espacial Europeia (ESA, em inglês), lançado em 2009, que conseguiu fazer um mapa detalhado da radiação cósmica de fundo.<br />
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Com ajuda do Planck, os cientistas descobriram que o Big Bang ocorreu há cerca de 13,8 bilhões de anos, ou 100 milhões de anos antes do que se acreditava anteriormente. Também a partir dos dados do observatório europeu, o professor de física John Cramer, da Universidade de Washington, conseguiu recriar uma versão do som da explosão primordial que pode ser apreciada por humanos (http://noticias.uol.com.br/ciencia/ultimas-noticias/redacao/2013/04/08/cientista-reconstroi-som-do-big-bang-ouca.htm).<br />
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Em março deste ano, o radiotelescópio Bicep2, no Polo Sul, parece ter conseguido rastrear sinais das ondas gravitacionais que teriam sido geradas no Big Bang. Se os resultados forem confirmados pelo Planck, será a prova de que os cientistas conseguiram chegar ao momento em que o Universo (como o conhecemos) nasceu.Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1596382740077412519.post-15737697399647796632014-10-20T12:49:00.002-03:002014-10-29T13:36:32.367-03:00Investigação lança novas pistas para a descoberta de partículas de matéria escura<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgBUX0F9-tg8EZqmqHqcQStUkmzGqv9pEQXSwY4dlEDL_nFm9avaHWMT3eVg6mNeZ46pryTaVyabEzIPr46v0rVNjZUakhydyZhVmUT4CazPA_XZ1pU_qyFKEdzUCjM2527wf1oP1Gf_jc/s1600/images+(1).jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgBUX0F9-tg8EZqmqHqcQStUkmzGqv9pEQXSwY4dlEDL_nFm9avaHWMT3eVg6mNeZ46pryTaVyabEzIPr46v0rVNjZUakhydyZhVmUT4CazPA_XZ1pU_qyFKEdzUCjM2527wf1oP1Gf_jc/s1600/images+(1).jpg" height="160" width="320" /></a></div>
<br />
(Ciência 2.0) Um grupo de investigação da Universidade de Leicester pode ter detetado diretamente partículas de matéria escura. A descoberta resulta da observação de medições do satélite XMM Newton, da Agência Espacial Europeia (ESA), e foi publicada hoje no “Monthly Notices da Royal Astronomical Society”.<br />
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A equipa de Leicester encontrou o que parece ser um indício de “axiões” – possíveis partículas de matéria escura. Partindo de 15 anos de medições de raio X feitas pelo satélite da ESA, detetaram que a intensidade dos raios aumentava cerca de 10% no limite do campo magnético da Terra que está voltado para o sol.<br />
<br />
A única interação da matéria escura com a dita normal é, precisamente, a gravidade, portanto, espera-se que exista mais matéria escura no campo gravitacional do sol. "O sinal sazonal neste fundo de raios X não tem nenhuma explicação convencional, mas é consistente com a descoberta de axiões", refere, em comunicado, Andy Leia, do Departamento de Física e Astronomia da Universidade de Leicester.<br />
<br />
Mário Monteiro, investigador do Centro de Astrofísica da Universidade do Porto, afirma que a investigação está num estado muito precoce "para avançar com a explicação de que a matéria escura é responsável pelo excesso de raio X observado". "É preciso confirmar estes dados, através de outras missões. E, depois verificar todas as explicações alternativas, que foram excluídas", adverte.<br />
<br />
Se se confirmar a tese dos investigadores da Universidade de Leicester, a descoberta é, segundo o português, "merecedora um prémio nobel". "Não temos, até ao momento, qualquer evidência direta da existência de matéria escura. Tudo o que nos ajudar a perceber as suas características físicas pode ser fundamental!".<br />
<br />
Apesar de “invisível”, acredita-se que esta constitui cerca de 85% de toda a matéria no universo. A comunidade científica tem debatido a sua existência desde 1933, e, atualmente, é uma das prioridades na investigação astronómica. <br />
<br />
A ESA está a planear uma missão cujo objetivo é mesmo caracterizar a matéria escura no universo. A Euclid parte em 2019/2020, e está a ser preparada por uma comunidade de milhares de astrónomos, nos quais se incluem investigadores do CAUP e do Centro de Astronomia e Astrofísica da Universidade de Lisboa. <br />
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Matérias similares no <a href="http://oglobo.globo.com/sociedade/ciencia/cientistas-encontram-sinais-de-possiveis-particulas-de-materia-escura-14281262">O Globo</a> e <a href="http://www.astropt.org/2014/10/21/sinal-indica-possivel-existencia-de-materia-escura-na-forma-de-axioes/">AstroPT</a><br />
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E mais:<br />
<a href="http://www.inovacaotecnologica.com.br/noticias/noticia.php?artigo=finalmente-sinal-materia-escura&id=010130141023#.VE5OKfnF9KA">Finalmente um sinal da Matéria Escura? (Inovação Tecnológica)</a><br />
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<a href="http://www.brasil247.com/pt/247/revista_oasis/158617/Mat%C3%A9ria-escura-Na-pista-do-maior-mist%C3%A9rio-c%C3%B3smico.htm">MATÉRIA ESCURA. NA PISTA DO MAIOR MISTÉRIO CÓSMICO (247)</a>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1596382740077412519.post-90444658274506029412014-10-13T09:53:00.000-03:002014-10-13T09:53:04.765-03:00Astrônomo brasileiro trabalha para comprovar Época da Reionização<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh6JqyvEfHP3Zscz1od6pzSpc4Rp55zpar_ligTwit3NDNkRE1kZ2Os32RwbhBsehAkNAPDrf7vyhHjZhyphenhyphenxK-b6p7SXY5sVJF_zR9zOMDMWXY3vorExwQI1Sdm205nGmhrzpA9qRb3q05o/s1600/010175141011-reionizacao-science.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh6JqyvEfHP3Zscz1od6pzSpc4Rp55zpar_ligTwit3NDNkRE1kZ2Os32RwbhBsehAkNAPDrf7vyhHjZhyphenhyphenxK-b6p7SXY5sVJF_zR9zOMDMWXY3vorExwQI1Sdm205nGmhrzpA9qRb3q05o/s1600/010175141011-reionizacao-science.jpg" height="249" width="320" /></a></div>
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(ON/Inovação Tecnológica) A revista Science publicou nesta sexta-feira o artigo "Uma pista local para a reionização do universo" que trata da observação do vazamento de fótons ultravioleta de alta energia de uma galáxia próxima à Via Láctea.<br />
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O pesquisador Roderik Overzier, do Observatório Nacional (ON/MCTI), é um dos quatro autores do artigo.<br />
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Trata-se de um fenômeno previsto, até então, apenas em modelos teóricos, que teria acontecido na "Época da Reionização", quando as primeiras galáxias foram formadas, entre 400 milhões e 950 milhões de anos após o Big Bang.<br />
<br />
"Nossas observações com o Telescópio Espacial Hubble mostram que, nessa galáxia [J0921+4509], novas estrelas estão sendo formadas em taxa tão intensa que o material que normalmente bloqueia os fótons de alta energia é removido por ventos e explosões fortes," conta Overzier.<br />
<br />
"Assim, a radiação ultravioleta escapa da galáxia. Isso nunca foi observado antes," completa ele.<br />
<br />
<b>Época da Reionização</b><br />
A Época da Reionização começou após o que se conhece por "Era das Trevas", que durou de 380 mil anos até 400 milhões de anos após o Big Bang.<br />
<br />
Depois da luz inicial, uma névoa de gás hidrogênio neutro preencheu o universo. Produzidos por estrelas jovens e massivas, os fótons ultravioleta de alta energia foram responsáveis por ionizar todo o gás hidrogênio que ocupa o espaço entre as galáxias.<br />
<br />
Mas até agora não se compreendia como isso poderia ter acontecido se, em condições normais, esses fótons não escapam das galáxias.<br />
<br />
"A galáxia deste estudo é muito semelhante às galáxias da fase inicial do universo. Então, essa descoberta demonstra pela primeira vez como o processo de reionização do universo pode ter acontecido", explica o pesquisador.<br />
<br />
"Nossa teoria é que as primeiras gerações de galáxias no universo também produziram ventos fortes e explosões que levaram à fuga dos fótons necessários para a reionização. Isso, porém, ainda precisa ser comprovado, observando diretamente galáxias no início do universo. Vai ser muito difícil, mas nosso estudo tem dado pistas muito importantes sobre como fazê-lo," concluiu o pesquisador.Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1596382740077412519.post-59198300127130441602014-10-10T14:12:00.001-03:002014-10-10T14:12:09.746-03:00O caminho para descortinar as primeiras luzes do Universo<b>Astrônomos descobrem em galáxia próxima pistas sobre o processo de reionização do Cosmo</b><br />
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<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhfwHan6AGf8fiZ4Wjk48e6enrocErirNg3BPcHoc3PQLcIkvNnfQsktDnMzGMH8Wz-4jc-Svqkb_lZKAAtYsuKRL4e9P_7OJxttKDJDF4k-UaKzuO2dDO8Pao5EG1NWe-ttlJedKRByNA/s1600/2014-758772018-galaxia-reionizacao.jpg_20141009.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhfwHan6AGf8fiZ4Wjk48e6enrocErirNg3BPcHoc3PQLcIkvNnfQsktDnMzGMH8Wz-4jc-Svqkb_lZKAAtYsuKRL4e9P_7OJxttKDJDF4k-UaKzuO2dDO8Pao5EG1NWe-ttlJedKRByNA/s1600/2014-758772018-galaxia-reionizacao.jpg_20141009.jpg" height="139" width="320" /></a></div>
<br />
(O Globo) Há aproximadamente 13,8 bilhões de anos, uma gigantesca explosão, apelidada Big Bang, deu origem ao Universo e a tudo que existe hoje. Só cerca de 380 mil anos depois, porém, a temperatura do Cosmo caiu o suficiente para que os prótons e elétrons começassem a se unir, formando átomos de hidrogênio. Começava então a chamada “idade das trevas” do Universo, em que foi ocupado por enormes e opacas nuvens de hidrogênio molecular. Este período de escuridão durou os 400 milhões de anos seguintes, até que as primeiras gerações de estrelas e galáxias começaram a brilhar, lançando ao espaço poderosas emissões de radiação ultravioleta que forçaram a separação dos prótons e elétrons destes átomos de hidrogênio, em um processo conhecido como “reionização”, que descortinou estas primeiras luzes do Universo e levou mais 550 milhões de anos para ser completado.<br />
<br />
Mas, apesar desta bem estruturada cronologia, a maneira como as primeiras estrelas e galáxias conseguiram produzir e liberar radiação suficiente para reionizar praticamente todas as nuvens de gás de hidrogênio molecular no espaço intergaláctico permanece um mistério para os cientistas. Agora, porém, uma equipe internacional de astrônomos, que contou com a participação de um pesquisador do Observatório Nacional, no Rio, encontrou em uma galáxia relativamente próxima da Via Láctea uma pista de como isso pode ter acontecido.<br />
<br />
<b>Com a ajuda do Hubble</b><br />
Com base em observações feitas com um instrumento a bordo do telescópio espacial Hubble, eles mostraram que a pequena, jovem e muito ativa galáxia J0921+4509, similar às que se acreditam terem habitado o Universo primordial, mas localizada apenas a cerca de 2,9 bilhões de anos-luz de distância da Terra, está emitindo radiação suficiente para o espaço intergaláctico para alimentar o processo de reionização.<br />
<br />
— Embora as galáxias de hoje produzam muito desta radiação, ela quase nunca escapa para o espaço intergaláctico, já que acaba sendo absorvida pelas nuvens de hidrogênio molecular dentro delas próprias — explica Roderik Overzier, pesquisador do Observatório e coautor do artigo sobre a descoberta, publicado na edição desta semana da prestigiada revista “Science”. — E como é impossível observar o que aconteceu em uma época tão antiga do Universo com a da reionização, nosso truque foi procurar galáxias mais próximas que fossem parecidas com as que se acredita terem existido neste Universo primordial.<br />
<br />
Segundo os astrônomos, como a J0921+4509 tem uma taxa de formação de novas estrelas 10 mil vezes maior do que a da Via Láctea, estes jovens e brilhantes astros conseguiram abrir “buracos” nas nuvens de hidrogênio molecular dentro da galáxia de forma que sua radiação ultravioleta de alta energia pudesse escapar para o espaço intergaláctico.<br />
<br />
— Isso nunca tinha sido observado antes — destaca Overzier.— Essa descoberta demonstra pela primeira vez como o processo de reionização do Universo pode ter acontecido.Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1596382740077412519.post-24684971957549619842014-10-08T14:01:00.003-03:002014-10-08T14:01:41.780-03:00Mais próximos da matéria escura<b>Joshua Frieman conta sua estratégia para obter indícios da misteriosa substância </b><br />
<b><br /></b>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh7UjW_-LLEYH9Iz4opVULoO1DYdE28XyfjgYsaGhOa64NOZxxuyCo_Yeqxv-fSHdDdbFdXLFOTClBypoNwGG7fUeUs4agMLpvfA8q7gIYC0QPO78sGVw8ek1WRzX80xKPLY5sGRi3x4Qg/s1600/pesquisas_sobre_materia_escura_exploram_historia_e_crescimento_do_universo_1__2014-10-03161634.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh7UjW_-LLEYH9Iz4opVULoO1DYdE28XyfjgYsaGhOa64NOZxxuyCo_Yeqxv-fSHdDdbFdXLFOTClBypoNwGG7fUeUs4agMLpvfA8q7gIYC0QPO78sGVw8ek1WRzX80xKPLY5sGRi3x4Qg/s1600/pesquisas_sobre_materia_escura_exploram_historia_e_crescimento_do_universo_1__2014-10-03161634.jpg" height="225" width="320" /></a></div>
<br />
(Scientific American Brasil) Assim como a maioria dos cosmólogos teóricos, Joshua Frieman ficou empolgado quando, em 1998, astrônomos anunciaram que a expansão do Universo parecia estar acelerando, conduzida por um agente invisível que eles batizaram de “energia escura”.<br />
<br />
Frieman e seus colegas teóricos imaginaram duas possíveis causas para a aceleração cósmica: a energia escura poderia ser a oscilação quântica do espaço vazio – uma “constante cosmológica” que continua a aumentar conforme o espaço expande, empurrando-o com força cada vez maior.<br />
<br />
Por outro lado, um campo de força ainda não detectado poderia permear o Cosmos, semelhante ao campo que cientistas acreditam ter alimentado a exponencial expansão do Universo durante o Big Bang.<br />
<br />
Mas os cientistas também perceberam que as duas opções teriam consequências observacionais quase idênticas, e qualquer uma das teorias poderia corresponder adequar a medidas atuais imprecisas.<br />
<br />
Para diferenciar uma da outra, Frieman, professor de astronomia e astrofísica da University of Chicago e cientista sênior do Fermilab perto de Batavia, no estado de Illinois, cofundou a Dark Energy Survey (DES, ou “Pesquisa de Energia Escura”), um experimento de 300 pessoas e US$50 milhões.<br />
<br />
A peça central do projeto é a Câmera de Energia Escura, ou DECam, um detector ótico de infravermelho próximo e CCD com 570 megapixels, construído no Fermilab e instalado no Telescópio Blanco, no Chile, há dois anos.<br />
<br />
Ao observar 300 milhões de galáxias espalhadas por 10 bilhões de anos-luz, a DES pretende rastrear a aceleração cósmica com mais precisão que nunca, esperando apoiar uma das duas hipóteses.<br />
<br />
Frieman e sua equipe agora estão mostrando seus primeiros resultados.<br />
<br />
A Revista Quanta se entrevistou Frieman no final de agosto durante a COSMO 2014, conferência que ele ajudou a organizar. Com sua curta barba branca, óculos de tartaruga e camisa de algodão orgânico, o cientista desaparecia entre clientes que almoçavam no restaurante italiano da esquina. Entre porções de tagliatelle, ele explicou exatamente o que sabemos e não sabemos sobre a energia escura, e como a DES ajudará a levar teóricos até uma ou outra das descrições de sua natureza. Segue uma versão editada e condensada da entrevista.<br />
<br />
<b>QUANTA MAGAZINE: Por que o senhor começou a Pesquisa de Energia Escura?</b><br />
JOSHUA FRIEMAN: Como teórico trabalhando nos anos 90 com ideias sobre o que poderia fazer com que o Universo acelerasse, eu cheguei à conclusão de que poderíamos produzir modelos diferentes e fazer muita especulação, mas que não saberíamos qual desses caminhos seguir até que tivéssemos dados muito melhores.<br />
<br />
Assim, nós começamos a discutir como obter esses dados. Por volta daquela época, o Observatório Nacional de Astronomia Ótica anunciou uma oportunidade que dizia, mais ou menos, “Se você conseguir construir um instrumento bem legal para o telescópio que operamos no Chile, você vai ganhar muito tempo no telescópio”. Foi então que formamos a colaboração da Pesquisa de Energia Escura e criamos o projeto de nossa câmera. <br />
<br />
<b>Não é incomum que um teórico conduza um grande experimento de astrofísica?</b><br />
É um pouco incomum, mas as fronteiras entre teoria e observação na cosmologia estão se tornando difusas, o que eu acredito ser uma evolução saudável. No passado, teóricos como eu trabalhavam com papel e caneta, e então observadores obtinham e analisavam dados. Mas agora temos um modelo baseado em que equipes treinadas para analisar e interpretar grandes conjuntos de dados, e isso não é teoria pura ou observação pura, mas uma combinação dos dois.<br />
<br />
<b>Como o senhor visualiza algo invisível e desconhecido como a energia escura?</b><br />
Uma maneira de pensar sobre a energia escura é como um fluído, no sentido de que ela pode ser descrita por sua densidade e pressão. Essas duas propriedades nos informam seus efeitos sobre a expansão do Universo. Quanto mais energia escura existir – isto é, quanto maior sua densidade – maiores são seus efeitos. Mas o que é realmente crucial sobre a energia escura é que, ao contrário de todas as outras coisas que conhecemos, ela tem pressão negativa, e isso a torna gravitacionalmente repulsiva.<br />
<br />
<b>Por que a pressão negativa a torna repulsiva?</b><br />
A teoria de Einstein afirma que a força da gravidade é proporcional à densidade energética mais três vezes a pressão então, na prática, a própria pressão gravita. Isso é algo a que não estamos acostumados porque, com a matéria comum, a pressão é apenas uma pequena fração da densidade. Mas se algo tiver pressão como uma fração considerável da densidade energética, e se essa pressão for negativa, então podemos mudar o sinal da gravidade. Assim a gravidade não é mais atrativa – é repulsiva.<br />
<br />
<b>O principal candidato para a energia escura é, de longe, a “constante cosmológica”. O que é isso?</b><br />
Albert Einstein introduziu a constante cosmológica em 1917 como um termo adicional nas equações da gravidade. Na teoria de Einstein, a gravidade é a curvatura do espaço-tempo: você tem alguma fonte de energia e pressão que curva o espaço-tempo, e então outra matéria se move dentro desse espaço curvado. As equações de Einstein se relacionam à curvatura do espaço-tempo para a energia e pressão de qualquer coisa que estiver no espaço.<br />
<br />
Einstein originalmente inseriu a constante cosmológica no lado da equação que continha a curvatura porque queria obter uma solução específica, que acabou se provando errada. Logo depois, porém, o físico belga Georges Lemaître percebeu que a constante cosmológica se relacionava naturalmente com as pressões e densidades energéticas, e que isso poderia ser interpretado como densidade energética e pressão de algo. O lado da densidade e pressão na equação já continha tudo no Universo: matéria escura, átomos, qualquer coisa. Se removermos tudo isso, então a constante cosmológica deve ser a densidade energética e a pressão do espaço vazio.<br />
<br />
<b>Como o espaço vazio pode possuir energia e pressão?</b><br />
Na física clássica, o espaço vazio não tinha energia ou pressão.<br />
<br />
Mas efeitos quânticos podem criar energia e pressão mesmo se não existirem partículas por lá. Na teoria quântica podemos imaginar partículas virtuais voando pelo vácuo, e essas partículas virtuais – que estão sempre sendo produzidas e aniquiladas – têm energia.<br />
<br />
Assim, se a energia escura for a constante cosmológica, ela poderia ser a energia associada a essas partículas virtuais.<br />
<br />
<b>Como se mede a energia escura?</b><br />
Estamos tentando fazer duas coisas que nos deem os limites para a energia escura: a primeira é medir distâncias, o que nos conta a história da expansão cósmica. A segunda é medir o crescimento de estrutura no Universo.<br />
<br />
Para esse último, estamos usando uma técnica chamada de “lente gravitacional fraca”, que envolve medir, com muita precisão, os formatos de centenas de milhões de galáxias, e então inferir como esses formatos foram distorcidos, porque os raios de luz dessas galáxias ficam curvados com a gravidade enquanto eles viajam até nós.<br />
<br />
Esse efeito de lente é minúsculo; assim, em 99 de cada 100 casos, você não consegue saber se o efeito incidiu sobre uma galáxia só de olhar para ela. Então temos que analisar o sinal estatisticamente.<br />
<br />
Se compararmos os formatos de galáxias que não ficam tão distantes com o formato das que ficam, parte da diferença se deverá ao fato de que a luz passou por quantidades diferentes de estruturas aglomeradas.<br />
<br />
Analisar o sinal das lentes nos dará uma medida de como a aglomeração do Universo evoluiu no tempo cósmico, e essa aglomeração é afetada pela energia escura.<br />
<br />
A gravidade puxa as coisas para dentro, fazendo o Universo se tornar cada vez mais aglomerado com o tempo, mas a energia escura faz o oposto. Ela faz com que as coisas se afastem umas das outras.<br />
<br />
Então, se pudermos medir como a aglomeração do Universo mudou ao longo do tempo cósmico, podemos inferir algo sobre a energia escura: quanto dela existia, e quais eram suas propriedades em momentos diferentes do tempo.<br />
<br />
<b>A DES tentará calcular o parâmetro w da “equação de estado” da energia escura. O que o w representa?</b><br />
O parâmetro w informa a razão da pressão da energia escura por sua densidade. Se a energia escura for a constante cosmológica, então poderemos mostrar que o único w consistente para o espaço vazio é aquele em que a pressão é exatamente igual a menos a densidade energética. Então o w tem um valor muito específico: menos um.<br />
<br />
<b>Se a energia escura não for a constante cosmológica, o que mais ela pode ser?</b><br />
As alternativas mais simples, e aquelas em que trabalhei nos anos 90, são inspiradas pela “inflação”. Antes de sabermos que a expansão do Universo está acelerando, acreditávamos que o Universo havia acelerado na menor fração de um segundo após o Big Bang. A ideia de aceleração cósmica inicial é chamada de inflação.<br />
<br />
Assim, o mais simples a fazer era assumir a teoria que explica essa outra época de expansão acelerada e que envolve campos escalares.<br />
<br />
Um campo escalar é uma entidade que tem um valor em todos os locais do espaço.<br />
<br />
Conforme o campo evolui, ele pode agir como a energia escura: se evoluir lentamente, terá pressão negativa, o que fará o Universo acelerar.<br />
<br />
Os modelos mais simples de inflação primordial sugerem que, durante certo período, o Universo foi dominado por um desses campos escalares, e ele eventualmente decaiu e desapareceu. E se essa é nossa melhor ideia a respeito do que aconteceu quando [a expansão do] Universo estava se acelerando há quase 14 bilhões de anos, deveríamos considerar que talvez algo semelhante esteja acontecendo agora.<br />
<br />
Se observarmos esses modelos, veremos que eles tendem a prever que o w, a razão entre a pressão e densidade energética, será levemente diferente de menos um. Gostaríamos de testar essa ideia.<br />
<br />
<b>No futuro, a DES também tentará determinar se o w está mudando com o passar do tempo. O que isso nos dirá?</b><br />
Em quase todos os modelos de energia escura distinta de constante cosmológica, o w tende a evoluir no tempo.<br />
<br />
O w poderia, por exemplo, começar como menos um no passado distante e, conforme o campo escalar evolui cada vez mais rápido, o w se afasta cada vez mais de menos um.<br />
<br />
Mas, de acordo com outras teorias, pode ocorrer o oposto.<br />
<br />
Assim, se pudermos medir não apenas o w, mas também uma quantidade que chamamos de wa – a velocidade com que o w muda no tempo – poderemos dizer “Vivemos em um tipo de Universo, ou em outro?”.<br />
<br />
<b>O que os dados atuais nos dizem sobre o wa?</b><br />
Eles são consistentes com a não-evolução – wa igual a zero – mas os erros são tão grandes que não temos informações significativas.<br />
<br />
Assim, o que queremos fazer com a DES é produzir medidas suficientes para realmente começar a limitar o wa.<br />
<br />
Se observarmos os valores atualmente permitidos de w0 e wa em um plano, veremos uma área aproximadamente limitada por uma elipse. Nossa esperança é conseguirmos reduzir a área da elipse no plano w0-versus-wa por um fator de três a cinco se comparado à sua posição nos últimos anos.<br />
<br />
No momento, os dados ainda são consistentes com uma constante cosmológica. Mas esperamos que, quando começarmos a reduzir a elipse, ela possa ser reduzida a algo incompatível com a constante cosmológica.<br />
<br />
Não podemos dizer se isso vai acontecer mas, se conseguirmos, será muito empolgante.<br />
<br />
<b>Por que o senhor prefere um campo escalar à constante cosmológica?</b><br />
Porque isso revelaria que existe uma física nova em uma área em que não a esperávamos. E também, se o w for diferente de menos um, teríamos esperança de aprender algo sobre a física da energia escura.<br />
<br />
Por outro lado, se tivermos apenas a constante cosmológica, isso será interessante, mas dificilmente nos indicará para onde ir.<br />
<br />
<b>Os primeiros artigos da DES foram publicados nos últimos meses. Que resultados foram relatados?</b><br />
Esses resultados são de um período que chamamos de “verificação científica”, em que conduzimos uma mini versão de nossa pesquisa logo após instalar a câmera no telescópio para testar a qualidade dos dados que ela estava produzindo.<br />
<br />
Em um estudo, por exemplo, nós medimos as massas de quatro aglomerados galácticos por meio de seu efeito de lentes gravitacionais. Em outro estudo, usamos as cores de galáxias para estimar seus desvios para o vermelho, o que efetivamente nos informa suas distâncias.<br />
<br />
Quase todos os nossos resultados em energia escura vão depender fundamentalmente dessa técnica de cor.<br />
<br />
Queríamos convencer a nós mesmos de que poderíamos medir esses desvios com precisão suficiente para realizar as medidas da matéria escura, e conseguimos demonstrar isso.<br />
<br />
<b>Qual é a sensação de operar o telescópio no Chile?</b><br />
O observatório fica em uma montanha, Cerro Tololo, a uma elevação de aproximadamente sete mil pés (2,13 quilômetros). É muito seco, então não existe muita vegetação, mas eu acho lindo.<br />
<br />
O sistema não é completamente automático, mas até um teórico como eu consegue operar a câmera. Nós temos um programa de computador que diz “Certo, com base no que observamos até agora, com base na posição da lua, com base no clima atual, aponte o telescópio para lá durante os próximos minutos”.<br />
<br />
Assim, na maior parte do tempo você simplesmente fica sentado no console, garantindo que tudo esteja funcionando e observando imagens maravilhosas do Universo aparecendo na tela. É divertido.Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1596382740077412519.post-48288324606292767392014-09-29T10:16:00.004-03:002014-10-02T13:20:24.366-03:00Inflação cósmica balança, multiverso ganha firmeza<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgfRL9gR38vBphJHN9wp2EAvuayc3zjcMI3HherZTpj08JhAlVPhAMVfM-R1EzSXMaRjATkqMcI7YpBqkKu79DJRH4Z1k1BASmyBN8ZFqPQQEHyNRouca4vRCkasoEtCLIhlBcylrsWVJc/s1600/010130140929-poeira-bicep.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgfRL9gR38vBphJHN9wp2EAvuayc3zjcMI3HherZTpj08JhAlVPhAMVfM-R1EzSXMaRjATkqMcI7YpBqkKu79DJRH4Z1k1BASmyBN8ZFqPQQEHyNRouca4vRCkasoEtCLIhlBcylrsWVJc/s1600/010130140929-poeira-bicep.jpg" height="173" width="320" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<span style="font-size: xx-small;">O mapa do céu gerado pelo Planck mostra regiões mais empoeiradas (vermelho) e menos empoeiradas (azul). A região observada pelo BICEP2 (retângulo preto) não está entre as menos empoeiradas, o que deve explicar uma porção substancial dos resultados interpretados como ondas gravitacionais (polarizações de modos B).[Imagem: Planck Team]</span></div>
<b><br />
</b> <b><br />
</b> <b>Poeira na teoria</b><br />
(Inovação Tecnológica) Em Março deste ano, uma equipe de astrofísicos norte-americanos anunciou ter detectado ondas gravitacionais que reforçariam a teoria do Big Bang, eventualmente a primeira comprovação experimental da inflação cósmica.<br />
<br />
Em Junho, porém, quando o artigo foi revisado por outros cientistas e publicado, a equipe já admitia que os sinais eventualmente detectados poderiam ser parcialmente devidos à poeira cósmica da nossa própria galáxia.<br />
<br />
Agora, os resultados preliminares da equipe do telescópio espacial Planck confirmam que a área observada pelo BICEP2 tem poeira suficiente para invalidar as conclusões iniciais, ao menos em parte.<br />
<br />
<b>Sai inflação, entram multiversos</b><br />
Contudo, a surpresa é que agora outros físicos estão defendendo que, além de não comprovar a inflação cósmica, os resultados obtidos na verdade descartam esse processo essencial para o modelo do Big Bang e reforçam uma hipótese oposta - a chamada teoria dos multiversos.<br />
<br />
David Parkinson e seus colegas da Universidade de Queensland, na Austrália, afirmam que, já descartada a poeira, qualquer sinal de ondas gravitacionais que possa ter sido detectado pelo BICEP2 - a chamada polarização de modos B - na verdade descarta qualquer "forma razoável de teoria inflacionária".<br />
<br />
A referência a "formas razoáveis" de uma teoria lembra que, nesse campo, há muito mais conjecturas do que sequer hipóteses - quanto menos teorias. São essencialmente modelos matemáticos, que alguns físicos afirmam ser "tão ultrassimplificados" que não poderiam ser usados para sugerir qualquer indício detectável experimentalmente - aí incluídas as ondas gravitacionais.<br />
<br />
De qualquer forma, é o melhor que temos hoje. Ocorre que a equipe australiana afirma que mesmo os melhores desses modelos são descartados pelas observações.<br />
<br />
"O que a inflação [cósmica] prevê é justamente o reverso do que nós descobrimos. Quantos modelos inflacionários [os dados] descartam? A maioria deles, para ser honesto," disse Parkinson.<br />
<br />
O artigo de Parkinson e seus colegas foi colocado no repositório arXiv, mas ainda não foi analisado profundamente por outros cientistas - e mesmo esta análise dependerá dos resultados finais da equipe do telescópio Planck, que está se mostrando extremamente cuidadosa em suas análises, e só deverá publicar os resultados finais no mês que vem.<br />
<br />
Mas a proposta já está ecoando na comunidade de astrofísicos.<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgg22X1bNpvcTp-s05uX5bZSKTpxuQn88df65YgQx5TJRYZfdSkHzactpPVkDGNOqUxIjmXRjXow-Z7wglfXOuoWB0btfxa538VbeeRVIvaM3hnCfMWGqaAaahr_caiddFJ0PFrowI3yU0/s1600/010130140929-multiverso-medieval.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgg22X1bNpvcTp-s05uX5bZSKTpxuQn88df65YgQx5TJRYZfdSkHzactpPVkDGNOqUxIjmXRjXow-Z7wglfXOuoWB0btfxa538VbeeRVIvaM3hnCfMWGqaAaahr_caiddFJ0PFrowI3yU0/s1600/010130140929-multiverso-medieval.jpg" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<span style="font-size: xx-small;">A teoria dos multiversos foi antecipada por um teólogo da Idade Média. [Imagem: Tom C. B. McLeish et al.]</span></div>
<br />
<br />
<b>Não é tão simples</b><br />
Katherine Mack, astrofísica da Universidade de Melbourne, concorda que encaixar os modelos de inflação cósmica nos dados do BICEP2 exige tantos "truques matemáticos" que se perde a chamada relação de consistência da inflação, "algo que é considerado absolutamente básico para a inflação," disse ela - essa relação de consistência correlaciona a amplitude das ondas gravitacionais primordiais com a distribuição de matéria no Universo.<br />
<br />
"O problema mais profundo é que, uma vez que a inflação começa, ela não termina da forma como estes cálculos simplistas sugerem," disse defende Paul Steinhardt, da Universidade de Princeton, um dos criadores da teoria inflacionária, em entrevista à revista New Scientist.<br />
<br />
"Em vez disso, devido à física quântica, ela leva a um multiverso, onde o universo se divide em um número infinito de fragmentos. Os fragmentos incluem todas as propriedades concebíveis conforme você vai de um para o outro. Assim, não faz nenhum sentido dizer o que a inflação prevê, exceto dizer que ela prediz tudo. Se for fisicamente possível, então acontece no multiverso," explica ele.<br />
<br />
Steinhardt acha que não vale a pena introduzir "um multiverso de possibilidades" para explicar a inflação - mas também que a inflação não é a explicação simples e convincente que todos estão procurando.<br />
<br />
Opiniões à parte - os fóruns de física neste momento têm delas para todos os gostos - o fato é que todos terão que aguardar ansiosamente os resultados do Planck no mês que vem, e então ver quais truques matemáticos serão possíveis para cada um manter viva a teoria de sua preferência - e quais delas terão que ceder às evidências.<br />
<br />
Por enquanto, a "comunidade dos multiversos" parece estar ganhando força.<br />
----<br />
E mais:<br />
<a href="http://www.publico.pt/ciencia/noticia/provas-da-inflacao-inicial-do-universo-estao-por-um-fio-1670607">Provas da inflação inicial do Universo estão por um fio (Público - Portugal)</a>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1596382740077412519.post-16993076862305551102014-09-26T10:04:00.002-03:002014-09-29T10:18:22.341-03:00Stephen Hawking causa euforia ao questionar ideia de que Deus criou o universo<b>Astrofísico defendeu teoria do Big Bang em palestra nas Ilhas Canárias</b><br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhM113Z7IMAlhppimsfEget3_Y8h8NebgQjItvoe9SL3KKSSnOOzV9p_p5Fl-5LmtENBxGae1hGpZ3j5DZNFPE3bmBAkn2szI-O4wXCWb9J0BVLe2uJzPhapjVsL2nv8Il_JBojWNyYsSg/s1600/20140923170204821afp.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhM113Z7IMAlhppimsfEget3_Y8h8NebgQjItvoe9SL3KKSSnOOzV9p_p5Fl-5LmtENBxGae1hGpZ3j5DZNFPE3bmBAkn2szI-O4wXCWb9J0BVLe2uJzPhapjVsL2nv8Il_JBojWNyYsSg/s1600/20140923170204821afp.jpg" height="139" width="320" /></a></div>
<br />
(O Globo) O físico Stephen Hawking causou euforia ao defender mais uma vez suas explicações ateístas para o Big Bang, durante palestra no Festival Starmus, em Tenerife, nas Ilhas Canárias. Ao questionar teorias vigentes e dizer que “Deus não é suficiente para explicar o surgimento do universo”, Hawking foi ovacionado à semelhança de uma estrela de rock.<br />
<br />
Em sua famosa cadeira de rodas, projetada por ele próprio, Hawking começou a conferência instigando o público a pensar além do Big Bang. “É necessário um criador para explicar como o universo começou? Ou o estado inicial do universo é determinado por uma lei da ciência?", questionou o cientista.<br />
<br />
Ele lembrou então que, durante uma palestra sobre cosmologia no Vaticano, membros do clero disseram que era o “suficiente estudar o universo uma vez que ele fora criado, mas não investigar o início em si, já que este é o momento da obra de Deus”. Em seguida, sem perder seu tradicional tom bem humorado, Hawking ironizou a declaração:<br />
<br />
- Mal sabiam eles que eu já tinha apresentado na conferência um documento sugerindo outra explicação para o surgimento do universo. Mas não me agradava a ideia de que eu poderia receber de presente a Inquisição, como Galileu recebeu.<br />
<br />
<b>HUMOR ÁCIDO DEU O TOM DA PALESTRA</b><br />
O astrofísico continuou o sarcasmo com elementos da Igreja ao citar Santo Agostinho:<br />
<br />
- Uma vez Santo Agostinho disse: 'o que Deus estava fazendo antes de criar o universo? Ele estava preparando o inferno para aqueles que fazem perguntas desse tipo' – contou o cientista, levando a plateia às gargalhadas.<br />
<br />
Hawking rebateu a teoria de que o universo tenha existido eternamente ao lembrar da descoberta de sinais de fundo de micro-ondas como o eco do Big Bang. E para explicar o fenômeno, Hawking se valeu mais uma vez de “piada cósmicas”, que é a sua marca.<br />
<br />
- Esses micro-ondas são do mesmo tipo que os da nossa cozinha, mas muito menos potentes. Esquentariam uma pizza a uma temperatura de no máximo de -271,3ºC , o que não é muito útil para descongelar e muito menos para cozinhar.<br />
<br />
Hawking acredita que muitos cosmólogos modernos como João Paulo II "estão felizes usando as leis da física para o universo após sua criação, mas tem uma atitude vaga e indeterminada no início." O astrofísico está convencido de que a primeira evidência direta para o Big Bang, descoberta neste ano no coração da Antártica, na Estação Polar Amundsen-Scott, confirmou que o universo nasceu com essa explosão cósmica.<br />
----<br />
E mais:<br />
<a href="http://www.apolo11.com/curiosidades.php?tit=polemico_stephen_hawking_afirma_que_nao_existe_vida_apos_a_morte&posic=dat_20110518-104707.inc">Polêmico, Stephen Hawking afirma que não existe vida após a morte (Apolo11)</a><br />
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<a href="http://www.inovacaotecnologica.com.br/noticias/noticia.php?artigo=hawking-boson-higgs-fim-universo&id=010130140926#.VCla7vldVKA">O que Hawking realmente disse sobre o bóson de Higgs e o fim do Universo? (Inovação Tecnológica)</a>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1596382740077412519.post-5520589513806315202014-09-25T10:06:00.000-03:002014-09-25T10:06:00.715-03:00Rachaduras nas paredes do Universo<b>É a maior descoberta do século: astrônomos podem ter encontrado ondas gravitacionais nos limites do cosmos. Trata-se de um belo passo para a física, e de um grande salto para compreendermos a natureza do Universo - ou melhor: a do Multiverso.</b><br />
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhAM0TYWAMe6fqFTyc3LmOMMb6yKb7rwectPdWbVdtEaayDpfxHK2SglCffOlKvRodNxpFGKrUZWAbsodN69A8LcH6qVR6CBJ0i0TKoNaOoI-nwpIiKbkxEHkH7P7mWr7K9thtSHHmdw2A/s1600/rchdrs.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhAM0TYWAMe6fqFTyc3LmOMMb6yKb7rwectPdWbVdtEaayDpfxHK2SglCffOlKvRodNxpFGKrUZWAbsodN69A8LcH6qVR6CBJ0i0TKoNaOoI-nwpIiKbkxEHkH7P7mWr7K9thtSHHmdw2A/s1600/rchdrs.jpg" height="214" width="290" /></a></div>
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(Super) Tire os olhos desta tela. Olhe para os lados, para cima, para baixo. Consegue ver o Sol, um pedaço do céu? Ou a vista trava na parede, num móvel da sua casa? Não importa. Em todas as direções para as quais olhou agora, você viu a mesma coisa: o passado. Está aí uma verdade fundamental que costumamos esquecer: a luz que sai dos objetos demora um tempo até chegar aos nossos olhos. Você acha que lê esta frase impressa aqui agora. Mas a imagem dela está no mínimo meio bilionésimo de bilionésimo de segundo no passado. E o Sol lá em cima na realidade não é o Sol. É só uma "fotografia" que viajou 150 milhões de quilômetros e demorou oito minutos para chegar na sua retina. A ideia de que o presente é invisível pode ser estranha, mas até que é simples de entender - a luz que um objeto produz ou reflete leva tempo para chegar até os seus olhos. Mas agora imagine que você é capaz de enxergar infinitamente longe. E que sua visão não é bloqueada por nenhum objeto. Nesta situação, sabe o que veria em todas as direções? Basicamente o mesmo ponto.<br />
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OK, essa última ideia não foi tão óbvia assim. Mas raciocine novamente. Se, quanto mais longe olhamos, mais avançamos no passado, ao olhar infinitamente longe só poderíamos ver uma coisa: o ponto mais antigo do cosmos. Ou seja, a "explosão" que criou nosso Universo há 13,8 bilhões de anos, mais conhecida pelo nome de Big Bang. Isso parece bem lógico, não? Só que é impossível de acontecer. Isso porque, na época do Big Bang, não havia nada que um olho pudesse enxergar - ainda que esse olho não fosse humano, e sim um telescópio. É que a luz ainda não existia. Bom, "luz" é só um nome poético que damos para certas ondas eletromagnéticas (as que os nossos olhos conseguem captar). O fato é que não existia onda eletromagnética nenhuma - nem luz visível, nem raios X, nem ultravioleta. Nada. Esse tipo de onda só surgiu 380 mil anos após o nascimento do Universo, quando a temperatura da grande explosão esfriou. Com o resfriamento, os prótons e elétrons soltos no espaço se uniram e formaram átomos. Desse encontro entre as partículas, nasceram as ondas eletromagnéticas. Elas aproveitaram a expansão cósmica e o tamanho reduzido do Universo para se espalhar por todos os pontos do cosmos. Hoje elas formam uma espécie de radiação quase uniforme, que está presente em todos os lugares do Universo, coisa que os astrônomos chamam de radiação cósmica de fundo. Olhe para o infinito e você verá esse mesmo eco do Big Bang, o ponto mais profundo da história do cosmos a que os humanos têm acesso.<br />
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Mas onde fica esse limite, essa "parede" visível do Universo? Imagine que toda a história do cosmos tenha apenas um dia, e que estamos agora exatamente 24 horas depois do Big Bang. Neste caso, a parede do Universo (ou radiação cósmica de fundo, como preferir) ficaria apenas 2,5 segundos após a grande "explosão". Mas, por mais formidável que fosse enxergar tão perto do início, os físicos ainda não estavam satisfeitos. Queriam mais. E havia um motivo importante para isso. Eles desconfiavam que, dentro naqueles 2,5 segundos entre o início de tudo e o nascimento das primeiras ondas eletromagnéticas, havia ocorrido um fenômeno sem paralelo na história do Universo: a inflação cósmica.<br />
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Há 13,8 bilhões de anos, o Universo era pequeno. Cabia com folga na ponta de um alfinete. Muita folga: tudo o que existe hoje estava concentrado num ponto do tamanho de uma partícula subatômica. O Big Bang propriamente dito é a fração de trilionésimo de segundo em que o Universo surgiu do nada até ele ficar do tamanho de uma partícula. O que aconteceu depois disso foi algo bem mais espetaculoso: a partícula começou a crescer numa velocidade inimaginável - muito, muito, muito maior que a da luz. Parece impossível, mas não é. Sim: Einstein descobriu em 1905 que nada pode se mover mais rápido que a luz através do espaço. Mas isso não impede que O PRÓPRIO ESPAÇO se mova mais rápido que a luz. Não impede que as paredes do cosmos cresçam a uma velocidade absurda, porque do lado de fora dessas paredes nem existe um lado de fora, não existe nada, nem vácuo. Em suma: o espaço não se move através do espaço, então para ele não existe limite de velocidade.<br />
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Bom, o fato é que, de uma hora para outra, o Universo cresceu tão rápido que, numa fração de batida de asa de beija-flor, ele passou do tamanho de um próton para algo bem grande - com metade do tamanho que ele tem hoje. Isso foi a inflação cósmica.<br />
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A existência desse período de crescimento vertiginoso é só uma teoria, mas tão bem aceita que muitos cientistas dedicam a vida a estudá-la, seja resolvendo equações, para estudar a matemática da expansão, seja de um modo mais direto: procurar algum sinal dessa inflação descontrolada impresso na "parede" visível do Universo.<br />
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Foi com esse objetivo em mente que o cientista John Kovac viajou 23 vezes aos confins da Terra. "O Polo Sul é o mais perto que se pode chegar do espaço com os pés no chão", disse Kovac. Armado com uma série de radiotelescópios ultrassensíveis, o cientista e sua equipe tiraram proveito da atmosfera seca e límpida do polo para fazer uma das maiores descobertas da física moderna: a fronteira visível do Universo não é completamente lisa e uniforme. Ela possui imperfeições e ondulações, como as rachaduras nas paredes da sua casa. Essas ondulações representariam uma espécie de eco da fase inflacionária do Universo. Isso soa como um resultado modesto e discreto. Mas causou furor entre os cientistas.<br />
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"Não é todo dia que você acorda e aprende algo novo sobre o primeiro trilionésimo de trilionésimo de trilionésimo de segundo após o Big Bang", diz o cientista da Universidade Johns Hopkins Marc Kamionkowski. "Não é preciso ser cosmólogo para achar isso bacana". O entusiasmo se estende à equipe de Kovac. "O mundo da física é lotado de gente que passa a vida procurando coisas que não existem", afirma o integrante do estudo Clement Pryke. "Nós procurávamos uma agulha no palheiro, e achamos um pé de cabra". Um pé de cabra serve para abrir portas trancadas. É exatamente isso o que o estudo faz com relação à história do Universo, já que ele chega um milhão de bilhão (repita "de bilhão" quatro vezes) mais próximo do começo do Big Bang que tudo o que já se publicou até hoje. E as perspectivas que o estudo abre para a física de partículas (que trata do muito pequeno) colocam o "maior experimento do mundo" no chinelo. A partir de ondulações na parede do cosmos, pode ser possível estudar o mundo subatômico. Sim, porque, se elas se formaram mesmo durante a inflação cósmica, trata-se de fósseis do tempo em que o Universo todo era do tamanho de uma partícula.<br />
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Poder estudar o infinitesimal usando telescópios capazes de enxergar os limites do cosmos já é algo poético o bastante. Mas não fica nisso: o estudo também torna cada vez mais palpáveis ideias teóricas e conceituais ainda consideradas como especulação para a maioria dos cientistas. Duas delas, em especial, ganharam fôlego com a descoberta.<br />
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A primeira ideia é o Santo Graal de dez entre dez físicos: a teoria do tudo. Ainda não existe uma física que realmente explica o mundo. O que existe de fato é uma espécie de muro de Berlim que separa a física em duas partes: o domínio das escalas astronômicas (controlado pela teoria da relatividade de Einstein, que nada mais é do que a versão mais moderna da física tradicional, cujas bases foram fincadas por Isaac Newton no século 17) e o mundo das grandezas infinitesimais (que obedece aos princípios da física quântica). As regras do mundo das coisas grandes não se aplica ao das muito pequenas - neste último, por exemplo, o mesmo objeto pode estar em dois lugares ao mesmo tempo. No nosso mundo, o das coisas grandes, isso seria mágica - violaria as leis da física. No mundo infinitesimal, não: estar em vários lugares ao mesmo tempo é a lei. Eis o muro entre a física quântica e a relatividade.<br />
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Destruir esse muro e fazer da física algo integrado e completo, em que um único "código de leis" baste para explicar o domínio das escalas astronômicas e o dos átomos, era o sonho de Albert Einstein. Mas, para que isso seja possível, é preciso entender como a matéria se comporta quando grandezas astronômicas são comprimidas em espaços subatômicos. E isso acontece exatamente em situações como as que o estudo de Kovac ilumina. Num ponto bem próximo do Big Bang, é possível observar como as quatro forças fundamentais do Universo surgem e se comportam. Três dessas forças fundamentais já são explicadas pela física: o eletromagnetismo (que mantém os ímãs presos na geladeira e que faz sua mão doer se você dá um soco na mesa, graças à repulsão eletromagnética entre os átomos da sua mão e os da madeira), a força nuclear forte (que organiza o núcleo atômico) e a força nuclear fraca (que age na periferia do átomo). "Explicadas", nesse caso, significa dizer que sabemos que todas elas são formadas por ondas. A própria luz é uma manifestação em forma de onda de uma dessas forças, o eletromagnetismo. Só que uma delas ficou de fora da festa: a gravidade. Ninguém nunca tinha detectado as ondas que deveriam formá-la. No caso, as ondas gravitacionais - algo que foi proposto por Einstein, mas jamais observado na realidade.<br />
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Mas isso só até agora, pois as ondas gravitacionais finalmente entraram em cena. Segundo o time de Kovac, as cicatrizes na parede visível do cosmos provavelmente são ondas gravitacionais. O novo estudo é a primeira evidência de que essas entidades também existem fora da cabeça do gênio alemão. E de que a queda do Muro de Berlim da física ficou mais próxima - saber que a gravidade também é formada por ondas é um grande passo nessa direção.<br />
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Já a outra teoria extrapola os limites deste Universo. Imagine que nosso cosmos não está sozinho. Ele é apenas mais um em meio a infinitos Universos. É o que diz a teoria do Multiverso, talvez a mais ousada hipótese científica já concebida. Ousada, porém coerente. Pois não há nada na física que contradiga a existência do Multiverso. Ele está de acordo com os princípios einsteinianos de que vivemos num mundo composto de um tecido único, que engloba o tempo e o espaço juntos. É nesse tecido de espaço-tempo que viajam as ondas gravitacionais. E o espaço-tempo não é uma entidade estática, imutável. Ele cresceu junto com o Big Bang. E foi vítima de oscilações bruscas causadas por ondas gravitacionais que surgiram na época em que o Universo era muito instável. É exatamente a imagem de instabilidade que o cientista da Universidade de Stanford Andrei Linde evoca para dar ideia de como era viver no Universo inflacionário: "Se alguém anda se equilibrando numa ladeira, talvez caia para um lado ou para o outro. Agora, se o sujeito anda bêbado, irá cair de um jeito ou de outro. A inflação causa mais ou menos isso: a instabilidade com relação à expansão do espaço". Ou seja: no Universo inflacionário, vários "pedaços" do Universo andavam meio trôpegos pelo tecido do espaço-tempo em expansão. E as violentas ondas gravitacionais que eram criadas a todo instante funcionavam como bebida destilada. Alguns pedaços do cosmos tomavam muito dessas ondas. E o porre de gravidade às vezes causava tombos tão fortes que rasgavam a própria "pele" do Universo - o tecido espaço-tempo, em termos técnicos. Esses "pedaços bêbados" se deslocavam e viravam bolhas em expansão: Universos-filhotes que continuavam a se expandir. Aquilo que você vê pela janela à noite é um desses Universos-filhotes. Nosso Universo, se a teoria estiver certa, é só um entre os zilhões de filhos do Big Bang. E inflação cósmica teria funcionado como uma espécie de cegonha cosmológica, entregando cada vez mais Universos ao Multiverso. "Se a inflação cósmica existe, o Multiverso também existe", afirma Linde, que também é um dos criadores da teoria da inflação.<br />
O achado dos pesquisadores do Polo Sul indica que, sim, a inflação cósmica provavelmente está lá. Logo, talvez tenhamos uma infinitude de Universos irmãos flutuando pelo Multiverso. E não é demais imaginar que, em alguns deles, deve haver seres exatamente no mesmo ponto de evolução científica que nós. E é provável que, assim como nós, eles estejam observando agora mesmo marcas nas paredes do Universo deles. E passando também por um momento singular em sua jornada pela existência: o momento em que conseguem contemplar as estrias deixadas por um parto cósmico.<br />
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<b>O Big Bang continua big-bangando</b><br />
Por Alexandre Versignassi<br />
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A radiação cósmica de fundo, estrela desta reportagem, é a maior evidência do Big Bang, como você pode ler aí ao lado, mas não fica nisso: ela também indica que o senso comum não entende o que realmente foi o Big Bang. Pois é. Para começar, a explosão que deu origem ao Universo não foi uma explosão. Ela AINDA É uma explosão. O Big Bang continua big-bangando, porque o cosmos continua expandindo. E cada vez mais rápido. Vivemos dentro de uma "explosão controlada". Mais importante: o Big Bang não aconteceu em algum lugar distante nas profundezas do cosmos. Ele aconteceu exatamente aí, onde você está agora. Ele aconteceu em Guarulhos, em Júpiter e na sua testa. Ao mesmo tempo. É que, há 13,8 bilhões de anos, tudo o que existe hoje, aqui, no céu, na Crimeia ou na sua cabeça, estava espremido no mesmo ponto. E do lado de fora desse ponto não existia um "lado de fora". Não existia nada. Todo o espaço e tudo o que preenche o espaço estava contido lá. Tudo mesmo: da energia que forma os átomos do seus cílios ao espaço físico que separa São Paulo do Rio - ou a Via Láctea da Galáxia de Andrômeda. Tudo bem apertado, numa quantidade de espaço que caberia na ponta de um alfinete. O Big Bang foi a expansão dessa quantidade de espaço. E ainda é.Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1596382740077412519.post-36747911616888235652014-09-24T10:23:00.000-03:002014-09-24T10:23:00.472-03:00"Ecos" do Big Bang podem ser poeira espacial <b>Relatório feito por mais de 200 cientistas da Agência Espacial Europeia (ESA) conclui que forte influência de poeira cósmica pode ter confundido cálculos que levaram à detecção das ondas gravitacionais</b><br />
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhSl-o9QFoh2u_NZVx4yCkQnGkqz7-E_25mj7QWxilAgLeqfCZ1kpMg5xD0O4oIV83bkVhx3deFMEKxPJqgLjuqa_gTiaCtIJnSq1Dq5uW4abxnTqCE3jpmaJzcJkzs5ZXlD3wsOxjJxis/s1600/75a1aff1f905e852eb098ad524d5f2d6a8d9f484-size-598.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhSl-o9QFoh2u_NZVx4yCkQnGkqz7-E_25mj7QWxilAgLeqfCZ1kpMg5xD0O4oIV83bkVhx3deFMEKxPJqgLjuqa_gTiaCtIJnSq1Dq5uW4abxnTqCE3jpmaJzcJkzs5ZXlD3wsOxjJxis/s1600/75a1aff1f905e852eb098ad524d5f2d6a8d9f484-size-598.jpg" height="213" width="320" /></a></div>
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(Veja) As ondas gravitacionais, algo como “ecos” do Big Bang que em março cientistas do Centro de Astrofísica Harvard-Smithsonian, nos Estados Unidos, anunciaram ter detectado, podem não passar de poeira espacial. Um relatório divulgado nesta segunda-feira, assinado por mais de 200 cientistas usando dados do telescópio Planck, da Agência Espacial Europeia (ESA), concluiu que havia no cosmo poeira suficiente para produzir as minúsculas distorções no campo gravitacional do universo que foram interpretadas como evidências do Big Bang.<br />
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Em março, cientistas do Harvard-Smithsonian, em conjunto com pesquisadores da Universidade Stanford e do Instituto de Tecnologia da Califórnia, usaram dados do telescópio Bicep (Background Imaging of Cosmic Extragactic Polarization), no Polo Sul, e anunciaram ter identificado os “ecos” do Big Bang. A novidade foi saudada como uma das grandes revelações da física — pois traria as evidências que faltavam para confirmar o Big Bang e para comprovar a teoria da inflação cósmica, segundo a qual o universo viveu uma expansão grande, rápida e uniforme em sua origem. As ondas gravitacionais foram previstas em 1916 pela Teoria da Relatividade de Albert Einstein e, até então, era o único elemento da teoria ainda sem comprovação.<br />
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No entanto, o anúncio das ondas gravitacionais tem sido criticado por astrônomos de todo o globo. Equipes diferentes de pesquisadores fizeram novas análises dos dados, que foram publicadas em plataformas online, e concluíram que a influência da poeira cósmica pode ter sido forte o suficiente para confundir os cálculos. O estudo divulgado nesta segunda-feira, submetido ao periódico Astronomy & Astrophysics, vinha sendo bastante aguardado pela comunidade astronômica, pois o telescópio Planck foi concebido em 2009 pela ESA para ajudar a entender melhor o início e o destino do universo.<br />
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“É bastante possível que os resultados do Biceps possam ser explicados apenas pela poeira cósmica”, afirmou ao jornal britânico The Guardian a astrofísica Jo Dunkley, membro do projeto Planck na Universidade de Oxford, na Inglaterra. "Nosso trabalho não elimina a possibilidade da existência de ondas gravitacionais, mas há poeira cósmica e parece que há mais do que imaginávamos." No novo relatório, os cientistas alertam para a necessidade de um esforço conjunto entre os cientistas do projeto Planck e do Biceps para que os cálculos possam ser feitos da maneira mais precisa possível. Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1596382740077412519.post-10111944413957134412014-09-23T10:08:00.000-03:002014-09-23T12:01:23.820-03:00Matéria escura pode ter sabores misturados e evaporação quântica<br />
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhtN17cKgUBfPkApR3eN80__kprEl67DG0AEr8vQ-0z-q1R4GpU4IDbR6rD0Kirt9ldLeznk7Qn_5fYaA3HKm12oXqRIra2eE0M-OmAAFF8ebNZ4m5mbL-iDK0efr0O7Svc9DIQMfnp51U/s1600/010130140919-materia-escura-mesclada.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhtN17cKgUBfPkApR3eN80__kprEl67DG0AEr8vQ-0z-q1R4GpU4IDbR6rD0Kirt9ldLeznk7Qn_5fYaA3HKm12oXqRIra2eE0M-OmAAFF8ebNZ4m5mbL-iDK0efr0O7Svc9DIQMfnp51U/s1600/010130140919-materia-escura-mesclada.jpg" /></a></div>
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<b>No escuro</b><br />
(Inovação Tecnológica) Os astrofísicos acreditam que cerca de 80% da matéria do nosso Universo é composta de uma misteriosa "matéria escura", que não pode ser percebida pelos sentidos humanos e nem detectada pelos instrumentos científicos.<br />
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A ideia vem das observações da enorme velocidade com que as galáxias giram. Deve haver alguma coisa que gere uma gravidade que evite que elas se esfacelem, arremessando estrelas para todos os lados - essa "alguma coisa" recebeu a denominação de matéria escura.<br />
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Como nenhum experimento conseguiu detectar qualquer indício da matéria escura até agora, há uma verdadeira corrida para tentar explicá-la de uma forma que faça mais sentido.<br />
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Mikhail Medvedev, professor de física e astronomia da Universidade do Kansas, nos Estados Unidos, está propondo agora um novo modelo para explicar a matéria escura, que ele batizou de "matéria escura multicomponente de sabores misturados."<br />
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A proposta está sendo levada tão a sério que mereceu a capa da revista Physical Review Letters, o periódico de maior prestígio no mundo da física.<br />
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<b>Mistura de sabores</b><br />
A teoria de Medvedev se fundamenta no comportamento de partículas elementares, algumas já observadas, outras hipotéticas.<br />
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De acordo com o Modelo Padrão da física, as partículas elementares - classificadas como quarks, léptons e bósons - são os tijolos com que são feitos os átomos. As propriedades - que os físicos chamam de "sabores" - dos quarks e dos léptons costumam intercambiar, já que eles podem combinar-se uns com os outros em um fenômeno chamado "mistura de sabores".<br />
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"Na vida cotidiana, estamos acostumados com o fato de que cada partícula, ou um átomo, tem uma certa massa," explica Medvedev. "Uma partícula de sabor misturado é estranha - ela tem várias massas ao mesmo tempo - e isso leva a efeitos fascinantes e incomuns."<br />
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Ele compara essa multiplicidade de massas com a luz branca, que contém várias cores, que podem ser decompostas para gerar um arco-íris.<br />
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"Se o branco for um sabor especial, então vermelho, verde e azul seriam diferentes massas - massa um, dois e três - que se misturam para formar o branco," diz ele. "Alterando as proporções de vermelho, verde e azul na mistura, pode-se fazer cores diferentes, ou outros sabores, além do branco."<br />
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Medvedev afirma que se supõe que as candidatas a partículas de matéria escura também tenham sabores mistos - como neutralinos, áxions e neutrinos estéreis. "Estes são, de fato, os candidatos preferidos, dos quais as pessoas falam o tempo todo," disse ele.<br />
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<b>Evaporação quântica</b><br />
"Anteriormente nós descobrimos que as partículas com mistura de sabores podem 'evaporar quanticamente' de um poço gravitacional se elas forem 'sacudidas' - significando que elas colidam com outra partícula," disse o físico. "Isto é um resultado notável, como se uma nave espacial feita de matéria de sabor misturado e arrastada sobre um quebra-molas projetasse-se para o espaço sem foguete ou qualquer outro meio ou esforço."<br />
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Medvedev incluiu o processo físico da evaporação quântica e as partículas com mistura de sabores em um "código numérico cosmológico" e utilizou supercomputadores para rodar simulações e ver o que acontecia.<br />
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Para entender os resultados, contudo, é necessário ver o que os modelos e as simulações vinham dizendo até agora.<br />
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<b>Matéria escura fria</b><br />
Os indícios dão conta de que a matéria escura só interage muito fracamente com a matéria normal, o que pode explicar porque nenhuma das várias experiências de detecção direta em curso em todo o mundo teve sucesso até agora.<br />
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Então os físicos desenvolveram um modelo de matéria escura completamente sem colisões (partículas não interagentes) e fria (ou seja, com velocidades térmicas muito baixas), com uma constante cosmológica (a desconcertante densidade de energia encontrada no vazio do espaço exterior) - eles chamam tudo isso de "modelo lambda-CDM" (Cold Dark Matter, matéria escura fria).<br />
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O problema é que esse modelo nem sempre fica de acordo com os dados observacionais.<br />
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Entram em campo então as simulações de Medvedev, que resolvem várias dessas inconsistências - ou, pelo menos, as mais graves.<br />
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"Nossos resultados demonstraram que o modelo de matéria escura de dois componentes com mistura de sabores resolve todos os problemas mais prementes do Lambda-CDM simultaneamente," concluiu Medvedev.<br />
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A nova teoria poderá inspirar os experimentalistas a construir novas formas de detecção que finalmente lancem alguma luz sobre essa problemática ideia de uma matéria escura.Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1596382740077412519.post-88478109882289441432014-09-22T13:07:00.004-03:002014-09-24T13:13:26.714-03:00Antimatéria no espaço reacende interesse na matéria escura<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
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<b>Elétrons e antielétrons</b><br />
(Inovação Tecnológica) A equipe do Espectrômetro Magnético Alfa (AMS-2 - Alpha Magnetic Spectrometer-2), um detector bilionário a bordo da Estação Espacial Internacional, apresentou novos dados confirmando o excesso de antielétrons, ou pósitrons, entre os raios cósmicos.<br />
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Os dados confirmam os resultados iniciais, anunciados no início do ano passado, e ampliam a precisão das medições dos elétrons e dos pósitrons vindos do espaço - entre os chamados raios cósmicos.<br />
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O fluxo de pósitrons é significativamente diferente do fluxo de elétrons acima dos 30 GeV, o que sugere que pósitrons e elétrons têm uma origem diferente, conforme já vinha sendo sugerido por diversos outros experimentos.<br />
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Os espectros de energia mostram comportamentos dos pósitrons e elétrons muito diferentes em diferentes energias.<br />
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Contudo, quando são combinados, eles formam uma linha única suave e crescente, um resultado intrigante, para o qual ainda não há explicações.<br />
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<b>Partículas de matéria escura</b><br />
Os modelos astrofísicos mais aceitos sobre as colisões de partículas interestelares preveem que a fração de pósitrons em relação aos elétrons deveria diminuir com o aumento da energia. Mas todos os experimentos feitos até agora documentaram uma elevação, desafiando as teorias vigentes.<br />
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Uma possível explicação para esta diferença é que os pósitrons estariam sendo criados em aniquilações entre as hipotéticas partículas que formam a matéria escura - uma das teorias propõe que a matéria escura é formada por uma partícula chamada WIMP (Weakly Interacting Massive Particles, partículas maciças fracamente interativas), que se chocariam umas com as outras formando pares elétrons-pósitrons.<br />
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Contudo, a equipe afirma que serão necessários dados com maior energia para definir se essa diferença entre matéria e antimatéria é gerada pela matéria escura ou por outras fontes, como pulsares, por exemplo.<br />
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Se forem descartadas outras fontes, os dados seriam compatíveis com partículas de matéria escura com massas da ordem de 1 TeV (tera-elétron Volt) - cerca de 1.000 vezes a massa do próton.<br />
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Isto está sendo aclamado como um marco importante pelos astrofísicos, devido aos contínuos fracassos na busca pela matéria escura, o que tem feito alguns deles pensarem em simplificar as teorias em busca de comprovação, enquanto outros propõem explicações baseadas em sabores misturados e evaporação quântica.<br />
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O AMS-2 registrou 41 bilhões de eventos, identificando 580.000 pósitrons e 9,2 milhões de elétrons, em faixas de energia que vão aos 500 GeV para os pósitrons e 700 GeV para os elétrons.Unknownnoreply@blogger.com0